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Chilenos enfrentam polícia em protesto por educação gratuita e de qualidade

Agência France-Presse
postado em 23/08/2012 22:20
Santiago - Confrontos entre estudantes e a polícia deixaram 113 detidos em várias áreas de Santiago nesta quinta-feira (23/8), durante uma mobilização convocada para exigir educação pública gratuita e de qualidade.

Milhares de estudantes, principalmente do ensino secundário, voltaram a sair às ruas nos principais municípios do país, para insistir em suas reivindicações pelo fortalecimento da educação pública no Chile, país com um dos sistemas educacionais mais caros e desiguais do planeta.

Os principais enfrentamentos ocorreram no centro de Santiago, onde milhares de estudantes se reuniram na Praça de Armas e depois avançaram por vários pontos do centro da cidade.



Nas imediações do palácio presidencial de La Moneda, pessoas encapuzadas entraram em conflito com agentes da polícia usando pedras, paus e garrafas.

A polícia respondeu aos ataques com jatos de água e bombas de gás lacrimogêneo. Os choques paralisaram por cerca de duas horas o trânsito na avenida Alameda, a principal da capital chilena.

Os confrontos "deixaram 113 detidos, sendo 39 adultos e 74 menores, em distintos pontos de Santiago", informou o governo da capital.

Os manifestantes denunciam que não são ouvidos pelo governo do direitista Sebastián Piñera, que desde o ano passado enfrenta manifestações estudantis por uma educação pública gratuita.

[SAIBAMAIS]"Como estudantes secundaristas deixamos bem claro que hoje estamos muito fortes e que saímos às ruas unidos. Hoje foi um dia de triunfo", destacou após o protesto Eloísa González, porta-voz da Assembleia Coordenadora de Estudantes Secundaristas (ACES).



"Este governo ouve com muita atenção o que dizem os cidadãos, e todos os cidadãos, não apenas aqueles que marcham e tomam escolas, mas todos os cidadãos", respondeu o presidente Piñera, durante um ato no palácio presidencial.

"Estamos profundamente comprometidos com uma reforma educacional que garanta a todas as nossas crianças e aos nossos jovens uma educação de qualidade", acrescentou o mandatário.

Os estudantes, principalmente os do ensino secundário, intensificaram seus protestos nas últimas semanas por considerarem insuficientes as medidas adotadas pelo governo para melhorar a educação e que beneficiam, principalmente, os universitários.

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