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Os combates em Aleppo, o centro econômico do país e agora destruído depois de mais de um mês de combates, provocaram a fuga da maioria da população civil, segundo fontes rebeldes. "Tentamos ajudar quem continua aqui. Todos nos apóiam", declarou uma dessas fontes.
Neste sábado, a aviação do governo bombardeou vários bairros controlados pelos rebeldes. Outras zonas hostis ao regime também eram bombardeadas, como a cidade de Deraa, berço da rebelião no sul, e localidades da província de Idleb (noroeste) e de Hama (centro).
Depois da expiração, no sábado passado, do mandato da missão de observadores da ONU, seu chefe, o general Babacar Gaye, deixou Damasco neste sábado, segundo informações de seus assistentes. A missão, encarregada desde abril de implementar o plano de cessar-fogo, que nunca foi aplicado, teve de interromper suas patrulhas em junho por causa da intensificação da violência.
A aviação e os tanques do regime de Bashar al-Assad atacaram na sexta-feira vários redutos rebeldes em toda a Síria, onde o conflito deixou mais de 4.000 mortos nas últimas três semanas, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Neste sábado, o OSDH anunciou a descoberta de cerca de 50 corpos em Daraya, perto de Damasco, onde 109 civis e rebeldes morreram nos últimos quatro dias em uma operação militar de envergadura. As descobertas macabras deste tipo, muitas vezes de pessoas vítimas de execução sumária, se multiplicam na Síria há várias semanas.
[SAIBAMAIS]Nestas circunstâncias, o novo mediador das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, disse nesta sexta-feira que se sente "honrado, orgulhoso, comovido e assustado" por sua missão, durante um encontro com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Brahimi, que tinha sido criticado pela oposição síria por não exortar o presidente sírio Bashar al-Assad a deixar o poder, afirmou também que o povo sírio será a sua prioridade.
"O povo sírio, antes de tudo. Colocaremos seus interesses acima de tudo. Aportaremos o máximo de ajuda que pudermos, não pouparemos esforços", declarou. Na quinta-feira, o vice-ministro das Relações Exteriores sírio, Faisal Meqdad, afirmou que a Síria cooperava com Brahimi a fim de estabelecer "um diálogo nacional" o quanto antes.
Ban Ki-moon informou que Brahimi terá por "tarefa essencial contribuir para a paz na Síria, a estabilidade e a promoção dos direitos humanos". A reunião com Ban foi o primeiro gesto oficial do ex-ministro das Relações Exteriores argelino desde que foi nomeado para o posto de mediador, no dia 14 de agosto.
Brahimi substituirá, no dia 1; de setembro, Kofi Annan, que apresentou sua renúncia no dia 2 de agosto, alegando falta de apoio das grandes potências a seus esforços para pôr fim à violência no país que, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, causou cerca de 23.000 mortos em 17 meses.
O Conselho de Segurança da ONU está muito dividido sobre a Síria. A China e a Rússia bloquearam três propostas sobre sanções contra o regime de Assad.
Por fim, agência oficial síria Sana denunciou neste sábado como falsa uma mensagem enviada em seu nome por correio eletrônico na qual era anunciada a destituição do vice-presidente do país, Faruk al Shareh. "Grupos que querem enganar (a opinião pública) criaram uma mensagem em nome da Sana, @sana.sy, e enviaram uma informação enganosa e inventada para alguns sites na Síria", indicou a agência.
O destino de Shareh é alvo de intensas especulações depois que a oposição assegurou que ele tentou desertar em 18 de agosto, uma informação imediatamente desmentida pelos meios oficiais. Desde então, o vice não apareceu na televisão oficial ou pública.