Caracas - Uma explosão na madrugada de sábado na principal refinaria da Venezuela, localizada na região noroeste, deixou 26 mortos, a maioria deles militares que cuidavam da segurança do complexo, e mais de 80 feridos.
"Vinte e quatro pessoas morreram, a maioria efetivos da Guarda Nacional Bolivariana", informou o vice-presidente Elías Jaua, que se deslocou para acompanhar a situação da maior refinaria do país, localizada no Estado Falcón.
Jaua, que estava acompanhado pelo ministro da Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, não precisou o estado de gravidade dos feridos que continuam hospitalizados.
A explosão ocorreu aproximadamente a 01H11 local (03H41 de Brasília).
A onda expansiva da explosão, provocada por um vazamento de gás, afetou principalmente o complexo habitado por um comando da Guarda Nacional Bolivariana, encarregada da segurança da refinaria, assim como várias instalações vizinhas, explicou Jaua, em declarações ao canal oficial VTV.
"Foi uma explosão na área de armazenamento, produto de um vazamento de gás que, pelas condições climáticas que reinavam, ficou acumulado na área e, diante de uma fonte de ignição, explodiu", detalhou, por sua vez, Ramírez, depois de fazer um reconhecimento das instalações.
O acidente gerou um incêndio em várias áreas da refinaria, mas o fogo já foi controlado, segundo ainda Ramírez, explicando que a enorme fumaça negra que ainda é vista no complexo se deve a alguns resíduos de hidrocarbonetos nos tanques e que é preciso esperar até que se consumam por completo.
"Temos conhecimento de que existem muitas famílias afetadas, que estão fora de suas casas, que foram evacuadas ou que assumiram elas mesmas a evacuação. Vamos executar o plano de assistência para elas", afirmou o número dois do governo.
A refinaria se encontra numa zona residencial e com comércios, onde moram trabalhadores do complexo com seus familiares, assim como famílias pobres que se instalaram nas áreas periféricas.
Segundo a ministra da Saúde, Eugenia Sader, cinco feridos continuam internados e estão sob observação, outros dois foram transferidos para uma unidade de queimados num hospital do estado vizinho de Zulia e 75 foram liberados porque só tinham queimaduras leves.
Cerca de 80 bombeiros especializados da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) continuam posicionados no lugar.
Depois da explosão, foi realizada uma parada programada da atividades do complexo, que deve voltar a funcionar dentro de dois dias, afirmou o ministro do setor.
Ramírez disse ainda que existem hidrocarbonetos suficientes armazenados para garantir o abastecimento do mercado interno.
A refinaria de Amuay, que faz parte do Centro de Refinamento Paraguaná, e a maior deste país petroleiro e processa 645.000 barris de petróleo por dia.
Segundo o site da PDVSA, o Centro de Refinamento de Paraguaná cobre mais de 60% da demanda de combustível da Venezuela.
A Venezuela - primeiro produtor de petróleo na América do Sul e quinto exportador mundial - produz em média três milhões de barris diários (mbd), segundo dados oficiais, apesar de a Opep afirmar que a oferta de petróleo do país é de 2,3 mbd.
A Opep certificou em 2011 que a Venezuela tem as maiores reservas mundiais de petróleo, com 296,5 bilhões de barris, acima das da Arábia Saudita, o país com maior capacidade de refino.
Em março passado, as autoridades venezuelanas informaram que esta cifra aumentou para 297,57 bilhões de barris.