Atenas - A Grécia espera que a rodada de visitas pela Europa que acaba de concluir o primeiro-ministro Antonis Samaras consiga frear as críticas contra seu país, em um momento no qual Atenas pede mais tempo para cumprir com as medidas de austeridade exigidas por seus credores.
Samaras realizou encontros com a chefe do governo alemão, Angela Merkel, com o presidente francês, François Hollande, e com o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, com a finalidade de reafirmar que seu governo tem a intenção de cumprir com o acordado com seus credores, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
[SAIBAMAIS]"Quero crer que estes encontros nos tem permitido mudar lentamente o ambiente de desconfiança", disse Samaras à rádio NET. "Repito, ;lentamente;, já que todo mundo nos pede provas de que estamos mudando de rumo. O esforço continuará", completou.
O principal objetivo, segundo Samaras, era dizer que a Grécia é confiável e que este é um novo começo. "Em segundo lugar, que se deixe de dizer que a Grécia sairá da Zona Euro", afirmou.
Samaras se prepara para enfrentar uma batalha no Parlamento no próximo outono, quando tentará realizar reformas legislativas que podem por à prova seus aliados socialistas e de esquerda moderada.
Assim, o Partido Democrático de Esquerda disse neste mês estar em desacordo com um plano apresentado no ano passado que prevê afastar milhares de funcionários para reduzir os gastos do Estado.
Por outro lado, uma equipe de técnicos enviados pela "troika" de credores de Atenas (a UE, o FMI e o Banco Central Europeu (BCE) para supervisionar a aplicação das reformas acordadas prevê viajar a Grécia esta semana.
Para cumprir seus compromissos com a "troika", o país precisa economizar 11,500 bilhões de euros mais em 2013 e 2014, o que levou o governo a preparar um novo pacote de medidas de ajuste, junto com esta equipe de técnicos.
"Nas últimas semanas, a Grécia tem sido alvo de duras críticas por parte de alemães, finlandeses e holandeses", disse o comentarista político Antonis Papagiannidis.
Merkel havia afirmado na sexta-feira após entrevistar-se com Samaras que quer que a Grécia continue na Zona Euro e disse estar convencida de que o governo grego faz "todo o possível" para resolver os problemas do país. "Esperamos o relatório da troika", disse Merkel no domingo.
"Não pedimos mais dinheiro e sim mais tempo para respirar", disse Samaras em Berlim.
Já o ministro de Finanças alemão, Wolfgang Sch;uble, descartou no sábado a hipótese de dar mais tempo à Grécia. "Mais tempo geralmente quer dizer mais dinheiro", afirmou.
Hollande, na mesma linha que a Alemanha, manteve no sábado a pressão sobre a Grécia e se mostrou contrário a uma prorrogação do prazo para que Atenas consiga sanear suas finanças.
Ao mesmo tempo, o líder francês disse que a Grécia deve permanecer na Zona Euro.
Segundo o Financial Times Deutschland, o Ministério de Finanças alemão criou uma célula para examinar as possíveis consequências de uma saída da Grécia do euro.