Rodrigo Craveiro
postado em 30/08/2012 08:03
A descoberta de 2t de uma carga de minério que conteria urânio ; no centro de La Paz ; terminou com prisões, além de deflagrar boatos sobre a procedência e o destino do material. Javier Monasterios, promotor da Força Especial da Luta contra o Crime (FELCC), decidiu processar seis pessoas, sob a acusação de ;atentado à saúde;. ;Nós estamos manejando o material como se fosse urânio, mas a investigação está na etapa inicial e os primeiros resultados serão conhecidos amanhã (hoje);, admitiu Monasterios ao Correio, por telefone. De acordo com ele, o produto estava dentro de sacos de juta, na garagem do Edifício Illimani, no bairro de Sopocachi, a 500m da embaixada brasileira. O vice-ministro do Interior, Jorge Pérez, afirmou anteontem que ;o urânio pode proceder do Brasil ou de outro país vizinho, e provavelmente seguiria para o Chile;.Na capital boliviana, rumores ligavam o Irã à carga. Em 2009, o site WikiLeaks divulgou um documento da Embaixada dos EUA, em Lima, que mencionava a preocupação da Casa Branca com o fato de Teerã buscar urânio na Bolívia e na Venezuela. Na mesma época, um memorando secreto do governo israelense acusava: ;A Bolívia abastece o Irã com urânio;. O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, estreitou os laços com a Venezuela e a Bolívia ; há quatro anos, abriu sua embaixada em La Paz. Amostras do material rochoso encontrado na capital boliviana são analisadas pelo Serviço Nacional de Geologia e Técnico de Minas (Seregeotecmin) e pelo Instituto Tecnológico Nuclear da Bolívia. ;Vamos determinar qual foi a participação de cada um dos suspeitos no transporte. Segundo os detidos, uma sétima pessoa teria abandonado a carga;, explicou Monasterios.