postado em 03/09/2012 08:50
A estratégia de Bashar Al-Assad de combater os insurgentes com ofensivas aéreas fez da última semana de agosto a mais violenta na Síria desde o início da guerra civil, há cerca de 18 meses. Em sete dias, 1,6 mil pessoas morreram, de acordo com o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Patrick McCormick, que acrescentou haver crianças entre as vítimas. No mesmo dia da divulgação dos dados, pelos menos 22 civis foram mortos em um atentado do exército à província de Hama, enquanto um ataque à bomba no bairro de Abou Remmaneh, que abriga prédios da Segurança e o gabinete do vice-presidente Farouk al-Chareh ; em Damasco ;, deixou quatro feridos. Até o fechamento desta edição, o grupo ativista Rede Síria de Direitos Humanos divulgou que 98 pessoas, das quais três eram mulheres, tinham perdido a vida ontem, em atentados. Segundo outra organização ativista, o Centro de Documentação de Violações na Síria, o saldo total de mortos nos confrontos, em agosto, chegou a 4.937 pessoas.
O atentado do exército foi contra a zona rural de Al-Fan, na província de Hama, um dos redutos da insurgência. ;É provável que o número de vítimas desta operação militar no bairro de Al-Fan aumente, já que várias pessoas estão desaparecidas e alguns feridos estão em estado crítico;, descreveu o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Diferentemente da versão dos ativistas, a agência oficial de notícias do país, Sana, afirmou que os 22 homens mortos eram integrantes de ;um grupo terrorista armado que estava prestes a atacar cidadãos e as forças de segurança;. Para o regime sírio, comandado pelo presidente Bashar Al-Assad, a onda de contestação presente em toda a nação é obra de grupos terroristas.