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Parque Yosemite permanece aberto apesar de mortes por hantavírus

Agência France-Presse
postado em 04/09/2012 06:12
Los Angeles - Apesar das duas mortes ocorridas nas últimas semanas e do alerta das autoridades sanitárias por causa de um hantavírus, o patógeno é difícil de contrair e se propagar e, por isso, não há motivos para fechar o parque Yosemite, na Califórnia, onde foram registradas as infecções, informou uma fonte oficial nesta segunda-feira (3/9), feriado nos Estados Unidos.

Pelo menos seis pessoas - das quais duas morreram - foram afetadas pela síndrome do hantavírus pulmonar (HPS), uma doença rara, mas grave, disseminada pelo rato-veadeiro (Peromyscus maniculatus), roedor que habita a cordilheira de Serra Nevada, onde fica o Parque Nacional Yosemite. "Enquanto os indivíduos estiverem em uma área com boa ventilação e se assegurarem de não terem visto sinais de roedores, devem estar bem", acrescentou. "Não é preciso fechar o parque, não é preciso usar máscara para visitar a área", prosseguiu.

Cobbs afirmou que, embora tenha havido alguns cancelamentos, durante o fim de semana prolongado do Dia do Trabalho, nesta segunda-feira no país, o parque teve o mesmo número de visitantes do que no mesmo período do ano passado, embora não tenha divulgado números específicos. Em média, Yosemite recebe 7.500 turistas.

Na sexta-feira, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) alertou que 10 mil pessoas corriam o risco de contrair o vírus. O parque, por sua vez, notificou cerca de 3.000 pessoas de todo o mundo que ficaram alojadas nas barracas denominadas "Signature Tent Cabins", na área da Curry Village - onde o vírus foi detectado - entre 10 de junho e 24 de agosto, que corriam o risco de desenvolver a doença nas próximas seis semanas. "Tivemos muitos visitantes internacionais e cada um deles foi notificado sobre a descoberta do hantavírus", disse Cobbs, acrescentando que as 91 barracas foram fechadas.

Evolução rápida

A doença tem taxa de letalidade de 36%, segundo informações divulgadas na quinta-feira pelo CDC. "O hantavírus evolui rapidamente para dificuldades respiratórias que demandam oxigênio e/ou entubação. Não há um tratamento específico, mas se diagnosticado a tempo e se forem administrados os cuidados paliativos, as chances de sobrevivência aumentam", informou a agência.

O Ministério da Saúde da França reportou no domingo que 53 famílias francesas que se alojaram nas barracas estão sendo examinados. A Agência Britânica de Proteção da Saúde (HPA, na sigla em inglês) disse em um comunicado, publicado esta segunda-feira, que "aproximadamente 100 britânicos se alojaram no parque Yosemite" e acrescentou que estão sendo feitos contatos com eles.



Na semana passada, o Departamento de Saúde Pública da Califórnia informou que um morador do estado e outro da Pensilvânia (leste) morreram e outros quatro estavam doentes, mas recuperando-se.

O CDPH publicou em 2008 um estudo segundo o qual 20% dos ratos-veadeiros dos parques florestais americanos são hospedeiros do vírus. Desde que o hantavírus foi identificado em 1993, houve 60 casos registrados na Califórnia e 587 em nível nacional, um terço deles mortais.

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