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Comissão quer que Venezuela esclareça denúncia de mortes de yanomamis

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara aprovou hoje (5) um requerimento com pedido de informações que será encaminhado à Embaixada da Venezuela no Brasil. A pedido do deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), a comissão quer esclarecimentos sobre a denúncia de massacre envolvendo garimpeiros brasileiros e 80 índios yanomamis, na fronteira do Brasil com a Venezuela. ;É preciso ter mais explicações e esclarecimentos sobre esse episódio;, disse o parlamentar. No começo desta semana, o governo venezuelano negou que tenha ocorrido um massacre, em julho, no qual três indígenas foram mortos.

Após uma série de investigações sobre a denúncia de massacre, a ministra do Poder Popular para os Povos Indígenas, Nicia Maldonado, responsável pela apuração do caso na Venezuela, disse que não há indícios de ;qualquer morte ou de queima de casas, nem de massacre de yanomamis no Alto Orinoco;.

[SAIBAMAIS] O crime, segundo denúncias de organizações não governamentais (ONGs), ocorreu na fronteira do Brasil com a Venezuela. Na semana passada, o embaixador brasileiro no país, José Antonio Marcondes de Carvalho, encaminhou um pedido formal às autoridades para verificar o teor e a veracidade das notícias sobre o assassinato de índios yanomamis por garimpeiros brasileiros. De acordo com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiam), o massacre dos indígenas ocorreu em julho, na fronteira do Brasil com a Venezuela. O Coiam divulgou um documento baseado no relato de três indígenas que dizem ter sobrevivido ao massacre.



No relato, os indígenas contam que garimpeiros cercaram a casa coletiva, dispararam contra eles e atearam fogo na casa. Segundo a coordenação, o número de mortos é incerto. O Ministério das Relações Exteriores disse que a embaixada e o consulado brasileiros em Caracas trabalham para apurar os fatos.