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Governo colombiano nomeia negociadores para processo de paz com as Farc

Agência France-Presse
postado em 05/09/2012 13:24
Bogotá - O governo colombiano formou uma equipe de cinco negociadores para o processo de paz que terá início em outubro com a guerrilha das Farc, encabeçado pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle, anunciou nesta quarta-feira o presidente Juan Manuel Santos.

A equipe será formada também pelo presidente da Associação de Industriais, Luis Carlos Villegas; o ex-diretor da polícia nacional e general reformado Oscar Naranjo; o ex-comandante das forças militares e general reformado Jorge Enrique Mora Rangel; o ex-ministro do Meio Ambiente e ex-comissário da paz Frank Pearl; e o assessor presidencial Sergio Jaramillo, designado comissário da paz.

Apesar de a equipe negociadora principal ser formada por estas cinco pessoas, as partes poderão designar cada uma um total de 30 pessoas para participar nos diálogos de paz, explicou o presidente em um discurso à nação.

Os delegados adicionais acompanharão as negociações e estarão prontos para se sentar à mesa dependendo dos temas a serem tratados, assinalou Santos.

Em seu discurso, o presidente agradeceu às mensagens de apoio que recebeu de colegas e governos por esta iniciativa, ao mesmo tempo em que insistiu que vai pedir apoio da comunidade internacional porque "o caminho não é fácil e tem muitos inimigos".

O grupo que instalará a mesa de diálogo durante a primeira quinzena de outubro, em Oslo, será liderado por Humberto De la Calle, vice-presidente entre 1994 e 1996, ex-ministro da Suprema Corte e um dos redatores da Constituição de 1991.

O general Mora Rangel comandou o Exército durante o governo de Andrés Pastrana e foi chefe das Forças Armadas no primeiro ano da presidência de Alvaro Uribe, e é apontado como o artífice do Plano Patriota, a mais forte ofensiva lançada contra as Farc.

Villegas preside o Conselho Nacional das Indústrias, que reúne todos os setores da produção, e participou dos diálogos do governo Pastrana com as Farc.


Naranjo, que deixou o comando da Polícia Nacional este ano, é conhecido por sua firme luta contra o tráfico de drogas e por haver depurado e profissionalizado a instituição policial.

O ex-ministro Pearl, um economista de formação, foi comissário da paz do governo de Uribe, quando abriu canais de comunicação com a guerrilha, que se ativaram para os primeiros contatos exploratórios.

Santos anunciou na véspera que o processo de paz entre o governo da Colômbia e a guerrilha das Farc terá início na primeira quinzena de outubro em Oslo e depois prosseguirá em Havana.

O presidente ressaltou que as conversações terão um prazo. "Será medido em meses, não em anos", frisou.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia confirmaram no mesmo dia, em Havana, o início dessas negociações, por meio uma mensagem gravada de seu líder Timoleón León Jiménez (Timochenko).

[SAIBAMAIS]A mensagem anunciou "o encerramento das conversas exploratórias e o início das negociações como parte do árduo, mas necessário caminho da construção da paz, estável e duradoura para a Colômbia", disse o Comandante Mauricio Jaramillo, ao lado de outras cinco pessoas, no Palácio de Convenções de Havana.

A delegação das Farc no encontro exploratório, integrada por Jaramillo, Andrés Paris, Ernest Aguilar, Sandra Ramírez e Marcos León, marcou uma entrevista coletiva à imprensa para quinta-feira às 10h locais (11h de Brasília) no mesmo local, sem dar maiores detalhes.

Anteriormente, o presidente havia afirmado que as primeiras negociações exploratórias foram realizadas durante seis meses em Havana e que as duas partes assinaram um acordo de princípio que não estabelece que as operações militares serão interrompidas durante o processo de paz.

Segundo o presidente, "as operações militares continuarão com a mesma ou com mais intensidade".

"Este acordo não é já a paz, nem se trata de um acordo final. É um mapa do caminho com precisão dos termos de discussão para chegar a este acordo final", explicou.

Em seu discurso, Santos pediu aos colombianos "moderação" diante da possibilidade de a guerrilha prosseguir em seus ataques, e "unidade para que o sonho de viver em paz se torne, por fim, realidade".

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