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Sem pista sobre o massacre dos Alpes, polícia francesa aguarda necropsias

Agência France-Presse
postado em 06/09/2012 20:21
Annecy - Os investigadores franceses não tinham pistas nesta quinta-feira (6/9) à noite sobre a morte de quatro pessoas perto do lago de Annecy, nos Alpes (leste), à espera da necropsia dos corpos na sexta-feira e de eventuais declarações des duas meninas que sobreviveram ao massacre.

"Temos pouquíssimos elementos", ressaltou nesta quinta-feira à noite o procurador de Annecy Eric Maillaud. "Todas as pistas são exploradas".

"Tudo será feito" para encontrar os culpados do assassinato dos membros da família vinda da Grã-Bretanha para passar férias às margens do lago de Annecy, afirmou em Londres o presidente francês, François Hollande.

As quatro pessoas encontradas na quarta-feira mortas em plena floresta foram mortas com vários tiros, sendo pelo menos um na cabeça, ressaltou o procurador.

As vítimas são o motorista de uma BMW registrado na Grã-Bretanha, duas mulheres encontradas mortas na parte de trás do veículo, e um ciclista francês, encontrado morto nas proximidades, talvez morto porque testemunhou a matança.

"As necropsias permitirão indicar mais as circunstâncias de suas mortes", acrescentou o procurador.

"O que é certo, é que queria matá-los", disse, denunciando um ato de uma extrema "selvageria", "um crime particularmente horrível" e "fora do comum".

Para identificar formalmente as vítimas, os investigadores aguardam o envio de traços de DNA por seus colegas britânicos que revistaram a casa da família das vítimas, em um bairro residencial de Claygate, cerca de trinta quilômetros ao sul de Londres.

O motorista tinha feito uma reserva com sua família alguns dias antes em um camping vizinho no local do drama, em Saint-Jorioz, e o carro foi registrado em seu nome. Nascido em Bagdá, ele vivia há alguns anos na Grã-Bretanha, confirmou o procurador, que não deu o nome da pessoa à espera do teste de DNA.

De acordo com a polícia, esse homem de 50 anos se chama Saad al-Hilli e vive em um subúrbio sul de Londres, no condado de Surrey.

Dois passaportes, um sueco e outro iraquiano, foram encontrados no carro, que foi retirado do local apenas nesta quinta no final da tarde, mais de 24 horas depois de ter sido encontrado, enquanto técnicos faziam suas últimas análises.



Menina "totalmente invisível"
O serviço de inteligência entrou em contato com os serviços estrangeiros para verificar se os protagonistas do caso estão em seus arquivos. A mais velha das duas mulheres, de 74 anos, é de nacionalidade sueca.

O procurador insistiu no fato de que a menina de quatro anos encontrada sem ferimentos por volta da meia-noite de quarta-feira, escondida em meio a várias bagagens aos pés das mulheres mortas, estava "totalmente invisível", enquanto houve um início de polêmica sobre o tempo de oito horas que a polícia levou para encontrá-la.

"Ela ficou evidentemente contente por estar nos braços dos investigadores. Foi hospitalizada numa clínica psiquiátrica infantil. O importante é protegê-la e apoiá-la", disse o promotor.

[SAIBAMAIS]Ela começou a falar, acrescentou ele, lembrando que não se pode esperar muito do depoimento de uma crianças de quatro anos. Sua irmã mais velha, gravemente ferida na cabeça, está em coma induzido e passar por uma nova cirurgia.

As vítimas foram encontradas por um ciclista em sua BMW em um local frequentado pelos moradores e por turistas.

Quando a testemunha em uma bicicleta viu a cena do crime, o drama tinha acabado de acontecer: ele tinha sido passado pelo ciclista encontrado morto.

Várias cápsulas foram encontradas no local do crime, provenientes de uma pistola automática.mOs investigadores também procuram um veículo 4x4 que foi "visto por diferentes testemunhas". Além da França, a Grã-Bretanha amanheceu abalada com a tragédia.

"Tiroteio terrível e trágico na França", afirmou, no Twitter, o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague. "A equipe da embaixada britânica está no local", acrescentou.

A imprensa britânica deu grande destaque ao caso. Os jornais The Independent e The Mirror falaram de um assalto a mão armada, enquanto que The Telegraph cogita uma chacina premeditada.

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