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Ex-reféns das Farc acreditam em negociações para no fim do conflito no país

Rodrigo Craveiro
postado em 10/09/2012 09:32


Eles foram arrancados da sociedade e do convívio de seus familiares. Viram-se obrigados a perambular como ciganos em meio à selva, expostos à humilhação e ao perigo de serem mortos durante um bombardeio. Quem conseguiu a liberdade, precisou reaprender a viver. Se a sociedade colombiana está cansada de uma guerra que já dura quase meio século e que custou a vida de dezenas de milhares de pessoas, ex-reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) têm uma sede urgente e genuína de paz. O Correio entrevistou três colombianos que, de uma hora para outra, foram sequestrados pelo conflito armado. Eles vislumbram o processo de paz com esperança, mas também com uma indisfarçável preocupação. E garantem que já perdoaram seus algozes, os integrantes da maior guerrilha da América Latina.

[SAIBAMAIS]Um pesadelo. Foi o termo usado por César Augusto Lasso Monsalve, sargento da Polícia Nacional da Colômbia, ao referir-se ao tempo passado na floresta. ;Fiquei em poder das Farc por 13 anos e 5 meses;, afirma à reportagem, por telefone, de Bogotá. ;Ficamos 13 anos sem ver uma casa, sem ver um carro. Foram 13 anos longos.; Pai de três filhos, ele foi capturado em 1; de novembro de 1988, quando 1,5 mil rebeldes invadiram a delegacia de polícia de Mitú, mataram 43 policiais e sequestraram 61. Sua libertação só ocorreu em 2 de abril passado, com 10 reféns.



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