postado em 10/09/2012 10:50
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Yukiya Amano, cobrou nesta segunda-feira (10/9) das autoridades do Irã mais cooperação para a fiscalização do programa nuclear desenvolvido no país. Amano disse que houve avanços, mas ainda insuficientes, a fim de restabelecer a confiança da comunidade internacional. O Irã é alvo de suspeitas de produção de armas atômicas que levaram a uma série de sanções ao país. Amano também cobrou colaboração dos norte-coreanos.;Apelo ao Irã para que tome medidas para a plena implementação de todas as obrigações pertinentes a fim de estabelecer a confiança internacional sobre a natureza exclusivamente pacífica do seu programa nuclear;, disse Amano, na abertura da reunião dos governadores (que representam todos os países integrantes da agência), em Viena, na Áustria.
Amano lembrou que foi intensificado o diálogo entre a Aiea e o Irã desde janeiro deste ano, mas sem apresentar ;resultados concretos;. Para a agência, é fundamental que inspetores internacionais vistoriem a Base Militar de Parchin. Mas os estrangeiros não receberam autorização para ingressar na base. ;Em uma carta de 29 de agosto de 2012, o Irã disse que a alegação das atividades nucleares no local era sem fundamento. [Porém] é necessário que [inspetores] tenham acesso ao local sem demora a fim de obter os esclarecimentos necessários;, disse Amano. ;O Irã não está oferecendo a cooperação necessária para nos fornecer garantias críveis sobre a ausência de material nuclear não declarado e suas atividades;, completou.
[SAIBAMAIS] Amano também cobrou colaboração do governo da Coreia do Norte, considerado um dos países mais fechados do mundo. Segundo ele, a divulgação de informações sobre o enriquecimento de urânio preocupa a comunidade internacional, assim como a construção de um reator. ;A agência está pronta para desempenhar um papel essencial na verificação do programa nuclear da Coreia do Norte e apelo para que [o governo norte-coreano] cumpra plenamente suas obrigações sob as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança [das Nações Unidas] e coopere pronta e totalmente;, disse Amano.
No seu discurso, o diretor-geral da Aiea ressaltou ainda que até o final de junho, a agência recebeu relatos de 163 incidentes envolvendo o tráfico ilícito de material radioativo no mundo. Houve, ainda, 11 incidentes relativos à tentativa de comercializar o produto. O discurso completo de Amano pode ser lido no endereço eletrônico da Aiea.