Agência France-Presse
postado em 10/09/2012 14:47
Paris - O general Manaf Tlass, o oficial sírio de mais alta patente a ter desertado, afirmou nesta segunda-feira (10/9) a uma rede francesa de televisão que havia sido retirado da Síria pelos serviços secretos franceses."Os serviços franceses me ajudaram a sair da Síria e eu os agradeço", declarou o general dissidente em uma entrevista à rede notícias BFM TV.
"Eu desertei do regime em março. Depois do início da revolução tive encontros com os revolucionários, com os rebeldes, e senti desde os primeiros dias, desde os primeiros meses, que o regime mentia para todo o mundo. Por isso, preferi desertar a ficar em meu gabinete", acrescentou Tlass, filho de um ex-ministro da Defesa sírio.
O ex-general disse ser contra "qualquer intervenção estrangeira na Síria, qualquer que seja a forma que tiver esta intervenção".
No entanto, ele pediu que a comunidade internacional arme os rebeldes. "Até aqui, o povo sírio obteve muitas vitórias. É preciso apoiá-los, é preciso ajudá-los, é preciso armá-los".
Perguntado sobre a presença de islamitas sírios e de estrangeiros na Síria, o general minimizou sua importância. "Há 20% de islamitas, mas eles são apenas uma minoria. O povo sírio nunca foi um povo extremista".
Filho do general Moustapha Tlass, Manaf Tlass fez parte da cúpula síria e foi amigo de infância do atual presidente, Bashar al-Assad.
[SAIBAMAIS]Uma fonte ligada ao poder sírio afirmou que este ex-general da Guarda Republicana, de cerca de 50 anos e originário de Rastane, na província de Homs (centro), foi afastado de seu posto há pouco mais de um ano por ter sido considerado pouco confiável.
Ele desertou em julho e pediu uma "transição" em seu país, acusando o governo de ser responsável pela crise e manifestado a sua "raiva" em relação ao Exército.
Depois afirmou que preparava um "mapa do caminho" para uma saída da crise, envolvendo pessoas "honestas" do regime, mas sem Bashar al-Assad.