Agência France-Presse
postado em 11/09/2012 18:49
Washington - O chefe do Pentágono, Leon Panetta, denunciou nesta terça-feira (11/9) que o livro sobre a operação na qual Osama bin Laden foi morto escrito por um ex-Seal é uma violação inaceitável da confidencialidade que pode pôr em perigo futuras operações e a segurança das tropas americanas.Em suas primeiras declarações sobre o livro desde que chegou às lojas na semana passada, Panetta disse ao programa "CBS This Morning" que os americanos têm o direito de saber a respeito do esforço feito para derrotar Bin Laden, mas os comandos que fizeram parte da operação devem seguir as normas que os proíbem de divulgar informações confidenciais.
"Eu não posso, como secretário, enviar um sinal aos integrantes das forças Seals que realizam as operações no sentido de que ;podem realizar estas operações e depois escrever um livro sobre elas, e/ou vender sua história ao New York Times".
"Como diabos podemos realizar operações sensíveis contra inimigos se as pessoas estão autorizadas a fazer isso?", disse Panetta, que supervisionou o ataque contra bin Laden, como diretor da CIA na época.
O Pentágono ameaçou processar o ex-soldado que escreveu "No Easy Day" (Um dia difícil, tradução livre), mas ainda não o fez. O livro está entre os mais vendidos, mas vem provocando reações de reprovação por parte de alguns comandantes militares e das unidades de elite Seal.
Panetta disse que o Departamento de Defesa está examinando o texto para avaliar quais informações confidenciais foram reveladas.
Quando soldados dos Estados Unidos não respeitam seu compromisso de proteger informações sensíveis, "nós temos que garantir que cumpram a promessa que fizeram ao seu país", disse.
Ao revelar segredos do ataque, "de fato põe em perigo outras operações e a vida de outras pessoas que estão envolvidas nelas", acrescentou.
Também disse que o autor, que escreveu sob um pseudônimo, mas foi identificado pela imprensa como Matt Bissonnette, pôs sua própria vida em perigo ao publicar o livro.
Autoridades americanas e analistas dizem que o mais provável é que o governo leve Bissonnette à justiça por violar os acordos de não-divulgação de informações que ele assinou quando desempenhava suas funções. Se for considerado que Bissonnette violou seu acordo de confidencialidade, poderá ser obrigado a renunciar a qualquer ganho com o livro.