Moscou - O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, afirmou nesta quarta-feira (12/9) que os Pussy Riot lhe provocam "náuseas", mesmo considerando ser inútil manter na prisão as três jovens condenadas a dois anos de detenção por causa de uma "Oração punk" anti-Putin.
"O que elas fizeram, sua aparência, e a histeria que as acompanha, tudo o que aconteceu me deixa com náuseas", declarou Medvedev durante uma reunião com líderes do partido no poder, o Rússia Unida, em Penza (sul de Moscou), de acordo com a agência de notícias Interfax.
"Eu odeio falar sobre isso. Esta é a minha opinião pessoal", acrescentou.
Medvedev, no entanto, considerou ser severa a detenção, em março, das três jovens condenadas em agosto e que terão um recurso examinado pela justiça em outubro.
"A punição que elas já cumpriram, sua detenção em uma prisão por um tempo significativo é suficiente para que elas pensem sobre o que aconteceu, por erro ou por outras razões", acrescentou o primeiro-ministro.
[SAIBAMAIS]"Mantê-las em detenção (...) parece inútil", disse Medvedev, que ressaltou "não querer substituir o juiz".
Um dos advogados das Pussy Riot, Nikolai Polozov, imediatamente comentou as recentes declarações do primeiro-ministro.
"A única solução para esta situação é libertar as meninas e se esforçar para esquecer tudo, se não vai durar anos", declarou, citado pela Interfax.
A três membros do grupo Pussy Riot foram condenadas em agosto a dois anos de detenção por "vandalismo e incitação ao ódio religioso", após cantarem em fevereiro uma "Oração punk" na catedral do Cristo Salvador em Moscou, pedindo à Virgem Maria que retirasse Putin do poder.
O caso teve repercussão internacional. A condenação foi criticada pelo exterior, que a considerou "desproporcional".