Agência France-Presse
postado em 12/09/2012 17:12
Viena - Um projeto de resolução que condena a contínua expansão das atividades de enriquecimento de urânio no Irã será apresentado pelas grandes potências no conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), informou uma fonte diplomática em Viena.O Grupo 5%2b1, formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, China, Rússia, Grã-Bretanha e França) e Alemanha, expressa na resolução uma "séria preocupação" com o aumento da capacidade de enriquecimento em Fordo, instalação situada dentro de uma montanha, e pede novamente que Teerã coopere de forma plena e rápida com a AIEA.
O texto pode ser submetido à votação dos 35 membros do Conselho de Ministros na quinta-feira, segundo a fonte.
Em seu último relatório, a agência da ONU informa também sobre uma duplicação da capacidade de enriquecimento de urânio em Fordo, o que mostrou que Teerã continua ignorando as resoluções das Nações Unidas que solicitaram o fim dessas atividades.
Na reunião desta quarta, os ocidentais conseguiram convencer a Rússia e a China, ainda com posturas moderadas em relação ao caso iraniano, a se unirem a eles, enquanto Israel pressiona para conseguir uma atitude de maior firmeza para com o Irã e ameaça há meses efetuar uma intervenção militar.
Se esta resolução for adotada, será a 12; nos nove anos em que a AIEA investiga o Irã.
[SAIBAMAIS]Esta resolução viria no momento em que Israel e Estados Unidos expõem cada vez mais suas divergências sobre este caso. Washington descartou na segunda-feira que vá impor ao Irã uma "linha vermelha clara" para impedir que produza a arma atômica, como exigiu em várias ocasiões o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
O documento destaca ainda a recusa do Irã em permitir o acesso da agência aos locais que deseja inspecionar, principalmente a base militar de Parchin, perto de Teerã.
A AIEA suspeita que o Irã tenha realizado nessa instalação testes de detonações convencionais aplicáveis ao setor nuclear e observou desde fevereiro atividades no local que suscitam temores de que o país esteja eliminando qualquer prova comprometedora.
A última resolução da AIEA contra o Irã remonta a novembro de 2011, depois da publicação de um relatório particularmente severo, que apresentava elementos indicativos de que o país trabalhou para obter a arma nuclear antes de 2003.