postado em 13/09/2012 09:01
Pela primeira vez desde o fim do regime racista do apartheid, em 1994, os militares sul-africanos foram colocados ontem em alerta máximo diante do agravamento da crise trabalhista deflagrada com uma onda de greves nas minas de ouro e platina. Em meio a articulações para estender o movimento a todo o setor mineiro do país, um dos líderes da paralisação ; Julius Malema, que presidiu o braço juvenil do Congresso Nacional Africano (CNA) antes de ser expulso do partido governista, em abril ; reuniu-se com 60 soldados para ouvir suas reivindicações. ;Seu chefe em comando (o presidente Jacob Zuma) está envolvido em outras coisas. Vocês são uma prioridade menor, todos nós somos uma prioridade menor;, disse Malema, alimentando o receio de que a tensão social contamine as Forças Armadas.
A ameaça de crise militar coincidiu com a paralisação das atividades da Anglo American Platinum (Amplats), maior produtora de platina do mundo, em quatro minas nos arredores da cidade de Rustemburg. A decisão foi tomada em resposta a um ;piquete móvel; com cerca de 1,5 mil grevistas, que percorreram as áreas de produção para conquistar adesões e bloquearam a entrada dos trabalhadores. Na mina de ouro da empresa Gold Fields; KDC West, em Carletonville, policiais usaram gás lacrimogêneo para dispersar um piquete que impedia a passagem de um trem com material para a mina. Os trabalhadores reivindicam aumento do piso salarial para 12,5 mil rands (R$ 3,1 mil). Eles alegam receber, em média, 4,8 mil rands (R$ 1,2 mil).