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Holandeses manifestam apoio à União Europeia nas eleições legislativas

Agência France-Presse
postado em 13/09/2012 10:17
Haia - Os holandeses manifestaram um forte apoio à União Europeia (UE) nas eleições legislativa de quarta-feira (12/9), quando liberais e trabalhistas foram os mais votados no pleito, marcado por um um voto de punição ao extremista de direita e antieuropeu Geert Wilders.

A votação era considerada um termômetro do sentimento antieuropeu em um dos países motores da Eurozona. Os liberais do primeiro-ministro Mark Rutte conquistaram 41 cadeiras de deputados de um total de 150 (contra 31 em 2010). Na segunda posição aparecem os trabalhistas de Diederik Samson, também pró-europeus, com 39 cadeiras (30 em 2010), após a apuração de mais de 98% das urnas.

Segundo os resultados, os melhores da história do partido, o dirigente liberal é o grande favorito para própria sucessão, o que indica a Holanda seguirá a linha alemã de austeridade orçamentária. "É uma vitória excepcional porque é o líder do maior partido no poder", destacou Andre Krouwll, cientista política da Universidade Livre de Amsterdã. "Há muitos países europeus nos quais os dirigentes perderam eleições em meio à crise", comentou, em referência indireta a Espanha, França e Grécia.

Apesar das evidentes divergências de opinião sobre a austeridade, os analistas consideram praticamente certo que os liberais formarão aliança com os trabalhistas, para formar a base de uma coalizão de centro direita. Os trabalhistas são considerados mais próximos da posição francesa do presidente François Hollande, que propõe a reativação econômica para enfrentar a crise.

Liberais e conservadores reúnem 80 cadeiras das 150 na Câmara Baixa do Parlamento, mas poderiam integrar à coalizão um pequeno partido de centro para obter assim uma maioria segura. As conversações para a formação de um governo prometem ser intensas nos próximos dias, mas o processo deve durar semanas ou até meses.

[SAIBAMAIS]Em terceiro lugar, mas muito longe dos grandes partidos, aparecem os socialistas de Emile Roemer, da esquerda radical e antieuropeia, que devem obter 15 vagas, assim como em 2010, enquanto o partido de extrema-direita de Geert Wilders sofreu uma derrota incontestável. Ativo partidário da saída da Holanda da Eurozona, o movimento de Wilders conseguiu apenas 15 cadeiras, contra 24 em 2010.



Obrigados a considerar um eleitorado cada vez mais hostil aos planos de ajuda à Grécia e aos "burocratas" de Bruxelas, trabalhistas e liberais assumiram uma posição muito mais severa ante a União Europeia durante a campanha eleitoral. Tradicionalmente partidários da Europa, não deixaram de insistir durante a campanha que a Holanda, cuja economia - a quinta da Eurozona - está sobretudo aberta ao exterior, não pode prescindir da Europa. O governo minoritário de centro direita de Mark Rutte renunciou em abril, depois de uma divergência sobre a redução do déficit público com seu aliado no Parlamento, o partido de Geert Wilders.

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