Agência France-Presse
postado em 13/09/2012 21:27
Nova York - Ativistas lançaram esta quinta-feira (13/9), em Nova York, uma campanha propondo "apitaços" para que os cidadãos denunciem a controversa prática de revistas policiais aleatórias nas ruas, que afetam sobretudo latinos e negros."Estamos distribuindo apitos para conscientizar as pessoas. A ideia é que os levem consigo e os utilizem quando virem uma revista policial", explicou à AFP Melanie Craney, do movimento ;Stop Mass Incarceration; (Suspendam as detenções maciças maciças), na Union Square, no sul de Manhattan, um dos locais escolhidos para o protesto.
Craney informou que a ação era parte de uma campanha contra esta prática que considera "racista e ilegal", pois a imensa maioria das pessoas revistadas pertence às comunidades latina e negra de Nova York.
O professor universitário e ativista de esquerda Cornel West, um dos líderes do protesto, participou de ações similares durante o dia no Harlem (norte de Manhattan) e em frente ao Departamento de Polícia de Nova York, no sul de Manhattan.
Mais de quatro milhões de nova-iorquinos inocentes foram submetidos a revistas e interrogatórios policiais na rua desde 2004, de acordo com a União pelas Liberdades Civis de Nova York (NYCLU, na sigla em inglês).
Em 2011, a polícia revistou 685.724 pessoas, das quais 53% eram negros e 34% latinos, reportou em seu site na internet a NYCLU. A mesma tendência foi observada nos primeiros meses deste ano, com os brancos correspondendo a apenas 9% dos casos.
A NYCLU assegurou, citando dados da própria polícia, que nove em cada dez pessoas revistadas foram consideradas inocentes.