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Quarto produtor mundial de platina fecha mina na África do Sul

Agência France-Presse
postado em 14/09/2012 12:17
JOHANNESBURG - A gigante da mineração australiana Aquarius Platinum, quarta produtora mundial de platina, anunciou nesta sexta-feira a suspensão das atividades da mina de Kroondal, em Rustenburg, ao norte da África do Sul, em razão de tensões sociais crescentes. "A empresa decidiu suspender temporariamente suas atividades na mina de platina de Kroondal", indica um comunicado da Platinum, precisando que a decisão "foi tomada para garantir a segurança dos empregados e dos bens devido às crescentes tensões e manifestações entre trabalhadores e habitantes da região".

O grupo acrescenta que prevê retomar as atividades na noite de domingo, 16 de setembro, depois de fazer uma avaliação da situação. A decisão foi anunciada depois que os mineiros em greve exigiram da direção do Aquarius cessar imediatamente a atividade em apoio a suas reivindicações salariais.

A polícia usou gases lacrimogêno e procedeu à prisão de membros desse grupo de mineiros. As minas sul-africanas de Lonmin e Amplats, duas das maiores produtoras mundiais de platina, estavam paralisadas nesta quinta-feira por uma greve provocada pelos baixos salários dos mineiros, que ameaçam estender a paralisação em todo o país.

Na região mineradora de Rustenburg (norte), entre 4.000 e 5.000 mineiros em greve da Amplats, propriedade da gigante anglo-sul-africana Anglo American, se reuniram em um estádio, armados com os tradicionais bastões e cantando e dançando para manifestar seu descontentamento com os baixos salários.

A vários quilômetros dali, mergulhada em um silêncio anormal, a mina permanece fechada, observada por vigias. Os mineiros exigem salários de 12.500 rands por mês (1.200 euros). A maioria ganha menos da metade. Com 76.000 funcionários na África do Sul, a Anglo American é um símbolo: é a primeira empregadora privada do país e uma das mais antigas empresas de mineração locais.

A direção fechou suas cinco centrais mineradoras de Rustenburg na quarta-feira, oficialmente, por razões de segurança e para proteger os mineiros de "ameaças e intimidações" daqueles que querem impedi-los de trabalhar. Em Marikana, onde teve início o conflito no dia 10 de agosto, que terminou com a morte de 34 pela polícia no dia 16 desse mês, as instalações do grupo britânico Lonmin funcionam em ritmo lento, com menos de 90% da força de trabalho há vários dias.

[SAIBAMAIS] As negociações continuavam estagnadas, apesar da participação de um grupo de chefes tribais nas conversas. Uma terceira gigante mineradora, o grupo sul-africano Impala, não sofre com as greves, mas também enfrenta reivindicações salariais. Por sua vez, o grupo minerador Xstrata também suspendeu nesta sexta suas atividades em sua mina de cromo perto de Rustenburg.

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