Agência France-Presse
postado em 15/09/2012 16:52
Dubai - A rede terrorista Al-Qaeda convocou neste sábado os muçulmanos a seguir atacando os interesses dos Estados Unidos para protestar contra o filme que ridiculariza o profeta Maomé, no momento em que diminui a tensão após quatro dias de revolta.A Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) afirma que o ataque contra o consulado na cidade líbia de Benghazi foi motivado tanto pelo filme como pela morte do número dois do movimento, Abu Yahya al Libi, eliminado em junho em um ataque americano no Paquistão.
"Façamos da expulsão das embaixadas e dos consulados uma etapa da libertação das terras árabes da hegemonia e da arrogância americanas", diz a AQPA em um comunicado na Internet monitorado pela rede de vigilância SITE.
Diante dos ataques contra seus interesses, os Estados Unidos estão enviando forças militares à região e o secretário da Defesa, Leon Panetta, destacou que o país deve "estar preparado para a hipótese de as manifestações" saírem do controle.
Washington anunciou o envio de 100 fuzileiros navais à Líbia, onde o embaixador Chris Stevens e outros três funcionários morreram no ataque ao consulado em Benghazi, na terça-feira passada.
No Iêmen, quatro manifestantes morreram na quinta-feira durante um protesto diante da embaixada americana, mas o Parlamento iemenita rejeitou neste sábado a presença de militares americanos em seu território.
Washington planejava ainda o envio de 50 fuzileiros navais a Cartum, mas o Sudão também rejeitou o pedido americano.
O filme "Innoncence of Muslims" (Inocência dos Muçulmanos), que mostra o profeta Maomé como imoral e brutal, provocou violentos protestos diante das representações diplomáticas dos Estados Unidos no Cairo e em Benghazi, que depois se espalharam a outros países.
Na sexta-feira, os protestos sacudiram Iraque, Irã, Iêmen, Egito, Síria, Marrocos, Argélia, Tunísia, Sudão e Líbano, além de vários países muçulmanos na Ásia, deixando ao menos onze manifestantes mortos.
Nesta sábado, não houve qualquer manifestação importante nas capitais árabes, e os protestos mais significativos ocorreram na Indonésia e na Austrália.