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Líder do Hezbollah e partidários protestam contra filme anti-islã

Agência France-Presse
postado em 17/09/2012 15:24

Beirute - O líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, fez uma aparição incomum nesta segunda-feira (17/9), na qual criticou os Estados Unidos diante de milhares de partidários em uma manifestação contra um filme anti-islâmico.

Esta foi a quinta aparição pública do dirigente desta poderosa formação islamita armada, que vive recluso desde o final da guerra em 2006, entre Israel e o Hezbollah, e seu primeiro discurso em público desde 2008.

Sua surpreendente aparição, que durou cerca de quinze minutos, provocou o delírio da multidão que se reuniu no subúrbio sul de Beirute, reduto do partido xiita, para denunciar um filme islamofóbico que provocou manifestações de ira no mundo muçulmano e causou várias mortes.

"Não se trata de um movimento passageiro ou de algo espontâneo, mas sim do começo de uma mobilização séria que deve continuar em toda a nação islâmica para defender o profeta" Maomé, disse Nasrallah.

"Todo o nosso povo e nosso governo devem pressionar a comunidade internacional para que adote uma resolução internacional e leis nacionais que criminalizem todas as ofensas às religiões monoteístas e aos grandes profetas de Deus", acrescentou.

No domingo, Nasrallah tinha fez um apelo para que seus partidários "manifestem ao mundo inteiro sua revolta" esta semana contra a divulgação do filme "A inocência dos muçulmanos", que denigre o islã e os muçulmanos, produzido nos Estados Unidos.

"Os Estados Unidos devem compreender que a difusão de todo o filme terá repercussões perigosas, muito perigosas no mundo", continuou Nasrallah.

"Os Estados Unidos, grande Satã, Israel, inimigo dos muçulmanos", gritavam milhares de homens, mulheres e crianças nas ruas do bairro de Rweiss.

Os manifestantes, que agitavam bandeiras amarelas, símbolo do movimento e também da Amal, outra formação xiita libanesa, gritaram com os punhos erguidos: "Estados Unidos, mãe do terrorismo" ou "O povo muçulmano se sacrifica por seu profeta".

[SAIBAMAIS]"Não assisti ao filme, mas soube que representa o Profeta (Maomé) como um personagem sanguinário que pensa apenas em seus instintos", afirmou o manifestante Nabih Ayyash, de 29 anos.

O Hezbollah convocou outras manifestações contra o filme na quarta-feira em Tiro (sul), na sexta-feira em Baalbeck (leste), sábado em Bint Jbeil (sul) e domingo em Hermel (leste).

O filme provocou reações violentas no mundo muçulmano. Na segunda-feira, o ministro libanês do Interior adotou um tom conciliador, afirmando que "as manifestações (no Líbano) estão limitadas no tempo" e geograficamente.

Na sexta-feira (14/9), um manifestante morreu e 25 ficaram feridos em choques em Trípoli, cidade do norte do Líbano, entre forças de segurança e islamitas sunitas que tinham incendiado uma lanchonete americana de fast food para protestar contra o filme.

Nasrallah descreve o filme como o "pior ataque contra o Islã, pior que ;Os versos satânicos; (um romance de Salman Rushdie publicado em 1988) do que o fato de queimar exemplares do Alcorão no Afeganistão ou do que as caricaturas do profeta Maomé" publicadas por um jornal dinamarquês.

No total, 18 pessoas morreram ao redor do mundo pela violência relacionada ao filme, entre eles o embaixador e três outros membros do corpo diplomático americano na Líbia.

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