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Otan restringe operações conjuntas com forças do governo afegão

Agência France-Presse
postado em 18/09/2012 13:51
Cabul - A Otan decidiu restringir o número de suas operações conjuntas com as forças do Afeganistão após a morte de dezenas de soldados nos últimos meses vítimas de policiais e soldados afegãos, que devem assumir a segurança do país a partir de 2014.

A decisão é um revés para a coalizão ocidental no Afeganistão, que fez da formação das forças locais um dos eixos de sua estratégia de saída do conflito. Também influenciaram as manifestações no país e em outros lugares do mundo islâmico por causa do filme "A inocência dos muçulmanos", produzido nos Estados Unidos, que é acusado de denegrir a religião de Maomé.

Nesta terça-feira (18/9), uma extremista islâmica suicida matou 12 pessoas ao detonar uma bomba em Cabul, em um ato que, segundo os insurgentes afegãos, foi uma vingança contra a divulgação do filme anti-Islã. "Os recentes incidentes no Afeganistão e no exterior ligados ao vídeo (...) levaram as tropas da Isaf a exercer uma vigilância maior e a revisar atentamente suas atividades e interações com a população", indicou por e-mail o porta-voz do Pentágono, George Little.

A partir de agora a maioria das patrulhas conjuntas e grupos de operação só será realizada a partir de um determinado número de homens, e a cooperação com unidades menores deverá ser avaliada caso a caso e aprovada pelos comandos regionais da Otan. "Não sabemos até quando esta medida vai durar", afirmou Hagen Messer, porta-voz da coalizão.

[SAIBAMAIS]Depois de meses de hesitação, a intensificação dos ataques internos levou os comandos que dirigem a Isaf a reconhecer que essas mortes ameaçam seriamente os esforços ocidentais no país. Durante uma visita à China, o secretário americano da Defesa, Leon Panetta, admitiu que estava preocupado com os inúmeros assassinatos de soldados da Otan por parte de militares e policiais afegãos. No entanto, garantiu que isso não afeta o objetivo de retirar os 113.000 soldados da Isaf do Afeganistão até o final de 2014.



Nos últimos anos, as forças afegãs tiveram de contratar rapidamente novos integrantes até somar um total de 350.000 homens capazes de substituir os ocidentais nas tarefas de segurança. Alguns dizem que este recrutamento foi acelerado sem que houvesse uma preocupação constante com a qualidade dos candidatos.

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