postado em 18/09/2012 17:24
Brasília - O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, destacou nesta terça-feira (18/9) que o Brasil tem uma vocação natural para a diplomacia e o diálogo. Segundo ele, é impossível escapar ao ;espírito brasileiro;.;É o brasileiro, o cavaleiro da esperança, o mediador de conflitos, tão bem conduzido pela diplomacia;. Segundo ele, essa vocação se faz mais necessária neste momento de crises e conflitos, principalmente nos países muçulmanos.Neri disse que a disposição do brasileiro em busca da conciliação é comprovada em estudos. Como exemplo, ele citou pesquisas, feitas em 153 países, sobre o índice de felicidade da população. Nelas, os brasileiros costumam aparecer entre os mais bem colocados, sinalizando um povo receptivo e amigável.
Neri participou do seminário Os Desafios da Política Externa Brasileira em Um Mundo de Transição, na Câmara dos Deputados. Ele reiterou que o momento político internacional, envolvido em conflitos e crises, é de ;muitas mudanças;. Para ele, um dos destaques do momento é o surgimento do grupo denominado Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
;Os Brics nos forçam a conhecer grupos e países muito distantes;, disse Neri. ;Na troca de conhecimento e políticas sociais, eu acabei visitando todos os países dos Brics. São poucos países que congregam 40% da população do mundo, metade da pobreza mundial está reunida aí.;
Segundo Neri, o Brasil se insere de uma maneira bem diferente no mundo, pois a desigualdade no país tem registrado queda, diferentemente do que ocorre no restante dos Brics. De acordo com ele, a disputa ;mais apertada; é com a China.
Neri disse que a grande força do Brasil é ;simbólica;. ;É o povo admirável e gostável;, disse ele.
;O Brasil é um país interessante sob o ponto de vista internacional, uma espécie de maquete mundial, porque registra uma boa média internacional, pois a renda média no Brasil aproxima-se do que ocorre no mundo;, ressaltou.
A presidenta da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Perpétua Almeida (PCdoB-AC), acrescentou que há um interesse cada vez maior entre os brasileiros sobre política externa. Ela lembrou que há dez anos não ocorria um seminário sobre política externa na Casa.
Segundo a deputada, mais de 500 pessoas participam das discussões, além de representantes de 70 embaixadas e mais de 60 instituições de ensino. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, participaram do seminário.