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Presidente egípcio quer mudança da política americana para árabes

Agência France-Presse
postado em 23/09/2012 09:15

Washington - O presidente do Egito, Mohamed Mursi, pediu aos Estados Unidos que modifique sua política para o mundo árabe para restabelecer as relações e revitalizar a aliança com o país.

"Sucessivos governos americanos compraram com dinheiro dos contribuintes americanos a aversão, até o ódio, dos povos da região", disse Mursi em uma entrevista ao jornal New York Times.

De acordo com o NYT, Mursi se referia ao apoio de Washington a regimes ditatoriais no mundo árabe e o apoio incondicional dos Estados Unidos a Israel.

As declarações do presidente egípcio foram feitas após uma semana de protestos contra os Estados Unidos no Cairo em consequência de um vídeo anti-islâmico produzido por um americano.

Mursi elogiou o presidente Barack Obama por apoiar as revoluções da Primavera Árabe de forma "decisiva e veloz". Mas expressou preocupação com a luta dos palestinos, que ainda buscam o próprio Estado.

Mursi disse que os americanos "têm uma responsabilidade especial" com os palestinos porque os Estados Unidos assinaram o acordo de Camp David em 1978, que pede a retirada israelense da Cisjordânia e de Gaza.



De acordo com o jornal, Mursi foi evasivo ao ser questionado se considerava Washington um aliado. "Isto depende de sua definição de aliado", afirmou, antes de declarar que as nações são "amigos verdadeiros".

[SAIBAMAIS]Obama disse há alguns dias que o Egito não era um aliado e tampouco um inimigo. Mursi reafirmou ainda os vínculos com a Irmandade Muçulmana, que o levou ao poder e gera suspeitas em Washington.

"Cresci com a Irmandade Muçulmana. Aprendi meus princípios na Irmandade. Aprendi a amar meu país na Irmandade Muçulmana. Aprendi política. Fui um líder da Irmandade Muçulmana", declarou.

Em Israel, o ministro das Relações Exteriores Avigdor Lieberman afirmou que o país não aceitará modificar as cláusulas do tratado de paz com o Egito.

"Não existe a menor possibilidade de que Israel aceite modificar o tratado de paz com o Egito", declarou o chanceler, que insistiu no caráter intangível dos aspectos militares do acordo.

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