Agência France-Presse
postado em 25/09/2012 06:15
Bogotá - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, revelou essa segunda-feira (25/9) ter iniciado contatos para um diálogo com as Farc no começo do seu governo (2010) através de mensagens trocadas com o então líder guerrilheiro Alfonso Cano, que em seguida foi morto em uma operação autorizada pelo próprio chefe de Estado."A pessoa que indiretamente se comunicou comigo foi o número um da guerrilha, seu líder" (Alfonso Cano), afirmou Santos em um colóquio na Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, segundo informe divulgado pela sede da Presidência, em Bogotá.
[SAIBAMAIS]De acordo com o presidente, no começo foram trocadas mensagens em que Cano se mostrou interessado em conversar e possivelmente negociar. A estas colocações, Santos disse ter respondido afirmativamente, com duas condições, "que fosse completamente confidencial (a aproximação) até que os dois decidamos que vamos torná-la pública".
O presidente admitiu que pouco depois teve que tomar decisões mais difíceis, quando o Exército comunicou que tinha cercado o líder rebelde, pois o conflito não mudaria até que as duas partes, governo e guerrilha, decisissem começar o processo de negociação.
"Eu ordeneu que perseguiríamos os cabeças da guerrilha e eu tive que tomar uma decisão muito difícil; tínhamos cercado este líder. O que fazemos? Eu disse: regras são regras, se queremos ser bem sucedidos temos que ser claros nas regras do jogo e perseverar", afirmou.
"Estas decisões foram muito difíceis, mas eu estou certo de que é uma das razões pelas quais agora estamos negociando", disse Santos, ao fazer alusão à morte de Cano e dos outros líderes rebeldes.
Cano, que tinha assumido o comando das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) à morte do fundador e então máximo chefe do grupo rebelde, Manuel Marulanda, aliás ;Tiro certo;, em maio de 2008, foi morto em uma operação do Exército, no departamento (estado) de Cauca (sudoeste) em 4 de novembro de 2011.