Renata Tranches
postado em 25/09/2012 07:42
Quem acompanha a página oficial do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no microblog Twitter já percebeu que, quando não está pedindo doações ou trocando farpas com seu adversário republicano, Mitt Romney, o democrata se ocupa em alertar a seus eleitores para que se registrem. Obama sabe que essa atitude pode decidir as eleições. Mas uma cortejada fatia do eleitorado, a latina, encontra dificuldades para fazer isso. Um relatório divulgado ontem pela organização de proteção aos direitos civis Advancement Project (Washington) mostrou que até 10 milhões desses eleitores, naturalizados americanos, podem ser afetados por diretivas erguidas como barreiras para promulgar sua participação no pleito de 6 de novembro. Nos EUA, o voto não é obrigatório, mas as pessoas precisam se registrar antes de ir às urnas.
As normas restritivas foram verificadas em 23 dos 50 estados americanos. Segundo o instituto, elas tratam os latinos, eleitorado que apoia em sua maioria os democratas, como ;cidadãos de segunda classe;. ;O padrão é inconfundível. Estado após estado foram mudando suas regras para obstruir a capacidade de milhões de cidadãos latinos de participar de nossa democracia;, afirmou ontem a co-diretora da organização Judith Browne Dianis. ;Esse esforço conjunto mira os latinos e outros eleitores de cor, não apenas atingindo os princípios de proteção de igualdade garantidos em nossa Constituição, como também afetando um valor americano fundamental, o de que todos os cidadãos têm a mesma voz.; Segundo o Censo de 2010 nos EUA, os latinos representam 10% dos cidadãos aptos a votar e 8% dos eleitores registrados, mas esse número pode subir muito mais, dependendo do estado.