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Com comícios e discursos rápidos, Chávez inicia reta final de sua campanha

Agência France-Presse
postado em 25/09/2012 15:47

Acarigua - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, entrou esta semana na reta final de sua campanha restando menos de duas semanas para as eleições presidenciais, em que, segundo uma pesquisa do instituto Datanálisis divulgada nesta terça-feira, obteria 49,4% dos votos, contra 39% do opositor Henrique Capriles Radonski.

"Não vamos baixar a guarda. Vamos intensificar o passo e atacar com força todos os dias que nos restam até 7 de outubro", afirmou o presidente diante de milhares de pessoas reunidas em uma rua da cidade de Acarigua, em Portuguesa, oeste do país.

Em menos de duas horas, o presidente de 58 anos - que assegura ter se curado do câncer detectado em 2011 -, chegou de helicóptero a esta pequena cidade rural, percorreu centenas de quilômetros a bordo de um caminhão sem capota e falou à multidão dominada pelo vermelho, cor de seu Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

"Nossa candidatura entra na reta final fortalecida e fortalecendo-se", afirmou ainda.

A rapidez do comício contrastou com os longos discursos de Chávez no início da campanha em julho.

Conhecido por seus discursos de várias horas de duração, Chávez surpreendeu ao organizar atos eleitorais em seus redutos em Caracas sem pronunciá-los.

O atual presidente até saiu do script ao se reunir rapidamente com um grupo de jovens que esperava por ele há horas num teatro de Caracas.

Segundo versões da imprensa não confirmadas, sua campanha estaria dando uma virada: o objetivo seria injetar rapidez nas aparições do presidente, enquanto atos paralelos seriam organizados em outras cidades.

No geral, Chávez tem realizado uma campanha menos ativa do que a de 2006.

Em Acarigua, o presidente aparentou um certo cansaço, mas, mesmo assim, cantou, dançou e falou com energia a seus seguidores.

[SAIBAMAIS] Suas palavras empolgaram os presentes, entre eles Violeta Pereza, que falou de seu orgulho à AFP. "Tenho conscientizado as pessoas sobre tudo o que o presidente nos deu e que na IV República (governos anteriores a Chávez) não tínhamos: as missões (programas sociais)", explicou.

José Rodríguez, outro chavista que esperou horas sem comer para não perder seu lugar na primeira fila, ouvia com atenção as palavras do presidente.

Convicto de que Chávez conseguirá 10 milhões de votos (dos 18 milhões de venezuelanos inscritos), o padeiro de 31 anos é militante fervoroso do PSUV.

O discurso de Chávez foi interrompido várias vezes por mulheres que queriam falar com o presidente para denunciar os salários em um programa estatal de alimentação e uma suposta fraude dentro do plano oficial de moradias.

"O culpado não é o Chávez, são as pessoas em torno dele", defendeu Zendi Córdova, uma camelô de doces.

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