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Kirchner ataca a imprensa argentina, o FMI e os EUA em Georgetown

Agência France-Presse
postado em 26/09/2012 18:50
Washington - A presidenta argentina, Cristina Kirchner, arremeteu contra a imprensa de seu país, contra o Fundo Monetário Internacional (FMI) e contra o papel realizado em algumas ocasiões pelos Estados Unidos na América Latina, ao inaugurar nesta quarta-feira uma classe na Universidade de Georgetown.

Kirchner primeiro repassou a história de seu país e os paralelismos com Estados Unidos, antes de submeter-se às perguntas dos estudantes.

Os jovens surpreenderam com perguntas audazes, como as de um estudante que lhe perguntou por que ela não falava com a imprensa na Argentina.

"Na realidade eu falo todos os dias. O que acontece na Argentina é que não falar com a imprensa é não dizer o que eles querem escutar", contestou Kirchner.

"Quando os jornalistas não gostam do que lhes é dito, eles se levantam, protestam, gritam", afirmou Kirchner ante os estudantes e acadêmicos, dizendo que se considerava a presidente mais isultada da história de seu país.

Kirchner convidou os jovens a "pensar por si mesmos" e lhes explicou que a Argentina nasceu copiando a Constituição norte-americana, um país que, segundo ela, tem parte nos problemas da Argentina, como potência hegemônica.

Outro estudante lhe perguntou sobre a polêmica com o FMI, organismo que exige que a Argentina reforme suas estatísticas econômicas, que considera pouco confiáveis.

A diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, afirmou na segunda-feira que a Argentina levou um "cartão amerelo" do fundo por conta deste problema, o que foi duramente contestado pela presidente aregntina durante a assembleia geral das Nações Unidas, em Nova York.

Kirchner voltou a afirmar em Georgetown que a Argentina é agora o "mau aluno" do Fundo e que por isso é castigada, e depois mostrou suas dúvidas sobre o próprio nível de inflação norte-americano.



"Realmente todos vocês creem que o custo de vida nos Estados Unidos só aumentou em 2%?", perguntou Kirchner em referência à taxa de inflação do país.

Os Estados Unidos se mostraram também críticos com relação às estatísticas argentinas e com as disputas dos resultados de Buenos Aires com investidores.

Outra estudante lhe perguntou detalhadamente sobre o custo de vida e Kirchner replicou que a própria oposição em Buenos Aires utiliza as estatísticas oficiais para elaborar seus orçamentos.

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