Agência France-Presse
postado em 27/09/2012 19:39
Santiago - Estudantes chilenos voltaram a protestar nesta quinta-feira (27/9) pelas ruas de Santiago, em uma grande manifestação que voltou a mostrar a força do movimento social mais poderoso e persistente desde o retorno da democracia ao país, que exige uma profunda mudança do sistema educacional.A mais de um ano da retomada dos protestos estudantis, com mais de 40 passeatas ao longo de 2011 e na sexta deste ano, os estudantes se mantêm firmes em sua exigência de uma educação pública, gratuita e de qualidade, apesar de uma série de reformas já implementadas.
"Nós temos uma grande convicção e agimos com base nisso", disse à AFP Benjamín Vera, líder dos estudantes do Instituto Nacional, colégio mais antigo do Chile.
"Queremos que a educação volte para as mãos do Estado e a resposta do governo até agora tem sido nula", acrescentou.
Convocados nesta quinta-feira pelas organizações de estudantes secundários -que lideram os protestos este ano-, cerca de 70.000 pessoas, segundo os organizadores, e 5.000, de acordo com a polícia, protestaram em Santiago, em um dia frio de primavera. Logo após o início da manifestação, confrontos foram registrados entre estudantes e a Polícia.
Os enfrentamentos eclodiram quando um grupo de pessoas encapuzadas se separou da multidão e jogou pedras e paus nos agentes das forças especiais, que revidaram os ataques com jatos d;água, bombas de gás lacrimogêneo e tiros com balas de tinta, constatou a AFP.
Mas a grande maioria dos manifestantes protestou com batucadas e danças, como em outras ocasiões. No final, novamente foram registrados confrontos. A Polícia indicou a detenção de 59 pessoas após o protesto.
O governo, por meio de seu porta-voz, Andrés Chadwick, condenou os atos de violência e anunciou que, a partir de agora, endurecerá as condições para permitir manifestações estudantis.
"Vamos avaliar esta situação para estabelecer no futuro exigências superiores para a concessão de permissões que gerem atos de violência", ressaltou Chadwick em uma entrevista coletiva à imprensa.