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Irã: agência Reuters declarada culpada por 'propaganda contra o regime'

Agência France-Presse
postado em 30/09/2012 17:41
Teerã - Um júri iraniano declarou a agência Reuters culpada, neste domingo (30/9), por "propaganda contra o regime" depois de uma reportagem sobre mulheres iranianas que praticam artes marciais que, em março, já tinha provocado a suspensão das atividades no Irã da agência de notícias.

Segundo a imprensa local, a Reuters também foi considerada culpada de "publicar informações falsas para perturbar a ordem pública", anunciou a agência oficial Irna, citando a promotoria.

A decisão do júri deverá ser confirmada por um juiz do tribunal de Teerã, que determinará, nas próximas semanas, a pena que será aplicada à agência, segundo o canal iraniano Press TV, sem informar datas.



A Reuters, que pode apelar da condenação, informou em um comunicado que esperará a decisão do tribunal.

"Esperamos agora a decisão do tribunal. Não vamos fazer outros comentários antes dessa decisão", declarou a Reuters.

A agência, do grupo Thomson Reuters com sede em Nova York, foi representada no tribunal pela diretora de seu escritório em Teerã, Parisa Hafezi, proibida de viajar ao exterior enquanto durar o processo.

O assunto veio á tona após a publicação em fevereiro de um vídeo da Reuters sobre mulheres que recebem treinamento de "ninjas" em Karaj, próximo a Teerã, com o título: "Milhares de mulheres ninjas treinam para se transformar nas assassinas do Irã".

Depois de vários dias de protestos de Teerã, a Reuters aceitou modificar o título e pediu desculpas. As autoridades iranianas retiraram as credenciais de todos os jornalistas da agência em Teerã e suspendeu suas atividades no Irã. As autoridades iranianas vigiam regularmente e limitam as atividades dos jornalistas estrangeiros em todo o país.

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