Buenos Aires - O governo argentino manifestou seu repúdio ao novo lançamento de mísseis nas Ilhas Malvinas, que o Reino Unido deve efetuar como parte de um exercício militar que será realizado a partir da próxima segunda-feira, em um comunicado divulgado nesta sexta-feira pela Chancelaria.
[SAIBAMAIS]"O Governo argentino repudia categoricamente a realização por parte do Reino Unido de Grã-Bretanha e Irlanda do Norte de novos exercícios militares com lançamentos de mísseis a partir das Ilhas Malvinas, anunciados pelas forças militares britânicas, que serão realizados entre 8 e 19 de outubro", indica a nota à imprensa.
Devido a esse exercício, o segundo desde julho, a Chancelaria convocou a embaixada do Reino Unido para realizar um protesto formal e fez o mesmo com a representação da União Europeia em Buenos Aires. Para a Argentina, o exercício "constitui uma flagrante contradição" com o apelo internacional pela solução pacífica da controvérsia da soberania e "denota o desprezo" de um membro permanente do Conselho de Segurança em relação às reiteradas exortações das Nações Unidas (ONU) ao diálogo.
A Chancelaria argentina antecipou que certamente "o Reino Unido classificará este novo gesto de militarização como de ;rotina;".
No entanto, sustenta que "o lançamento de mísseis a partir das Malvinas e a mobilização de destróieres e submarinos nucleares em nossas águas não deixam de ser um insulto ao paciente apelo dos países sul-americanos" pelo início de um diálogo para solucionar a disputa.
A presidente Cristina Kirchner voltou a pedir na semana passada à Assembleia Geral da ONU a abertura de um diálogo com Londres e a denunciar a militarização e a introdução de armas nucleares no Atlântico Sul, declarada zona de paz. Em 1982, ambos os países travaram uma guerra que custou a vida de 649 soldados argentinos e 255 britânicos.
Tropas britânicas ocuparam o arquipélago em 1833 e expulsaram as autoridades argentinas.