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Governo argentino amplia sanções contra policiais em protesto

Agência France-Presse
postado em 07/10/2012 13:22
BUENOS AIRES - O governo argentino ampliou as punições contra policiais da Gendarmeria e da Polícia da Prefeitura que realizavam seu sexto dia de manifestações em diferentes cidades do país exigindo melhores salários, informou neste domingo (7) um porta-voz dos manifestantes.

"Há sancionados, é uma medida para fazer com que baixemos a voz, mas não vamos parar com as exigências, isto é repressão", disse à Rádio Mitre o suboficial da Gendarmeria Raúl Maza, um dos punidos junto com outros gendarmes que se mantêm em frente à sede da instituição na capital argentina.

Em Córdoba (centro), policiais também foram punidos, entre eles Jorge Aquino, porta-voz dos manifestantes na cidade de Jesús María (760 km a noroeste de Buenos Aires), onde gendarmes acompanhados por familiares realizaram neste domingo uma barulhenta caravana por cidades contra as medidas disciplinares, segundo a imprensa local.

Em todos os casos, o Ministério da Segurança colocou os revoltosos "em disponibilidade", uma medida intermediária até que seja tomada uma decisão sobre cada caso pelos comandos superiores, que pode causar a exclusão de membros das forças.

As sanções se somam à intervenção na sexta-feira da Direção de Assuntos Jurídicos da Gendarmeria Nacional por "irregularidades no tratamento de medidas judiciais relacionadas às exigências salariais", anunciou a pasta.

Os policiais apresentaram uma petição na semana passada que o governo se comprometeu a responder na próxima terça-feira.

A Gendarmeria é encarregada da proteção das fronteiras terrestres, e também desempenha tarefas de prevenção em áreas sensíveis, assim como a Polícia da Prefeitura, que deixou de ser apenas uma guarda costeira.

O governo de Cristina Kirchner destituiu na quarta-feira as cúpulas de ambas as forças, que reúnem mais de 50.000 homens, por considerá-las responsáveis por uma aplicação equivocada de um decreto, agora derrogado.

O decreto era destinado a evitar distorções salariais, mas na prática causou reduções de até 60%, que desencadearam o conflito.

Na quinta-feira passada foi ordenado o pagamento de salários sem a aplicação do polêmico decreto, mas isso não pôs fim aos protestos exigindo maiores salários.

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