Agência France-Presse
postado em 09/10/2012 19:34
LA PAZ - Uma procissão no povoado de La Higuera, nos vales do sudeste do país, onde foi assassinado Ernesto Che Guevara, marcou esta terça-feira (9/10), na Bolívia, os atos em memória dos 45 anos da morte do lendário guerrilheiro.
O ato consistiu na visita de uma delegação de bolivianos e convidados à "Escuelita", onde Che ficou preso desde 8 de outubro, quando foi detido, até sua morte, um dia depois, pelas mãos de um sargento do Exército, que atirou contra ele à queima-roupa.
O ministro boliviano da Cultura, Pablo Groux, o embaixador cubano na Bolívia, Rolando Gómez, o argentino Carlos "Calica" Ferrer (com quem o Che fez sua segunda viagem pela América Latina na década de 1950), e o boliviano Efraín Quicáñez (autor do livro 'Pan Comido', sobre a operação de resgate dos guerrilheiros que acompanhavam o Che) participaram dos atos em La Higuera e Vallegrande.
Em Vallegrande, perto de La Higuera, foi organizada uma visita ao aeroporto local, onde em 1997 foram encontradas as ossadas do líder revolucionário, enterrado clandestinamente junto com outros guerrilheiros.
A celebração também abriu espaço para que ex-militares que combateram o Che fizessem um ato em Santa Cruz, 900 km ao leste de La Paz, para pedir atenção do governo esquerdista de Evo Morales a apelos feitos de forma infrutífera há décadas.
"O governo nem nos cumprimenta (...), a Pátria estava em perigo porque as guerrilhas teriam durado 10 ou mais anos se não agíssemos contra elas", argumentou Mario Zurita, presidente da Federação de Veteranos Rangers, em entrevista coletiva. O grupo reivindica reconhecimento e uma renda de aposentadoria.
Em 8 de outubro de 1967, uma coluna de militares bolivianos, treinados pelos Rangers dos Estados Unidos, deteve Ernesto "Che" Guevara na batalha denominada "Quebrada del Yuro".
Depois da execução, seu corpo foi escondido, enterrado em uma vala comum e só descoberto 30 anos depois, em 1997, perto do antigo aeroporto de Vallegrande, após revelações de um general boliviano. Depois, os restos do Che foram levados a Cuba, onde foi erguido um mausoléu.
Com a morte de Che, a guerrilha na Bolívia praticamente foi derrotada, após sete meses de luta armada.