Agência France-Presse
postado em 10/10/2012 12:44
Bruxelas - A Otan nomeou nesta quarta-feira (10/10) o general americano Joseph Dunford à frente da coalizão no Afeganistão e definiu as linhas de sua futura missão de apoio, que será lançada após a retirada das tropas no final de 2014.Esta mudança de comando ocorre 11 anos após o início da guerra, em 7 de outubro de 2001, e dois anos antes do fim da missão da Isaf, que ainda envolve mais de 100 mil soldados de 50 países. Aos 57 anos, o general Dunford, substituirá o general John Allen.
No entanto, Jonh Allen continuará a supervisionar a missão, já que foi promovido ao cargo de comandante supremo das Forças Armadas da Otan, substituindo o almirante James Stavridis. Esta dupla nomeação confirma o domínio dos Estados Unidos na gestão do conflito afegão, que já custou a vida de mais de 2.000 soldados americanos em uma década.
A operação da Isaf chegou a um "ponto crítico", considerou o secretário americano de Defesa, Leon Panetta, ao apresentar os dois generais durante uma reunião dos ministros da Defesa na sede da Otan, em Bruxelas. O general Dunford será responsável pela retirada gradual das tropas internacionais à medida que as forças afegãs assumem a responsabilidade pela segurança em todo o país. De mais de 140 mil há um ano, o número de soldados foi reduzido para cerca de 100 mil hoje, entre eles 68 mil americanos.
Apesar da crescente impopularidade do conflito nos países ocidentais, "a nossa estratégia funciona e nossa programação permanece inalterada", garantiu Anders Fogh Rasmussen, secretário-geral da Otan. A Otan, inclusive, já prepara a sua futura missão, cujo objetivo será "treinar, aconselhar e ajudar" o exército e a polícia afegã a partir de 2015. Os ministros reunidos em Bruxelas aprovaram as diretrizes políticas e instruíram oficiais militares a estabelecer um planejamento operacional nos próximos meses, que será debatido com as autoridades afegãs.
[SAIBAMAIS]"Esta missão não será uma missão de combate", disse Rasmussen. "Seu objetivo é garantir que o Afeganistão não volte a ser um paraíso para terroristas", acrescentou. De acordo com estimativas preliminares, de 10.000 a 20.000 pessoas serão destacadas pelos 28 países da Otan e por seis outros voluntários, como a Austrália, Ucrânia e Suécia.
Enquanto isso, a Otan busca soluções para o problema crescente de "ataques internos", os assassinatos de militares por soldados ou policiais afegãos. Desde o início do ano, 53 pessoas foram vítimas de tais ataques. "Este é um problema real. Os inimigos tentam minar a confiança. Isso não vai acontecer. Nós não vamos permitir que eles nos desviem de nossa estratégia", assegurou Rasmussen.
A Otan suspendeu temporariamente em setembro algumas missões conjuntas realizadas com afegãos e tomou uma série de medidas para controlar melhor o recrutamento de soldados locais. Leon Panetta também pediu aos países aliados para preencher a lacuna de formadores das forças afegãs, dizendo que a contribuição dos Estados Unidos é "desproporcional". As necessidades estão sendo coberta por cerca de 90%, de acordo com uma fonte próxima à Otan.