Agência France-Presse
postado em 13/10/2012 19:05
Gaza - O chefe salafista mais importante da Faixa de Gaza morreu em um ataque aéreo israelense lançado na noite deste sábado contra o território palestino, segundo fontes da área de segurança.Hisham Al-Saedini, 43, de nacionalidade jordaniana e considerado chefe do Conselho da Shura dos Mujahedines, morreu na noite deste sábado, juntamente com outro membro do grupo, Fayek Abu Jazar, 42, em um "ataque seletivo" de Israel a Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza, acrescentaram as fontes.
Al-Saedini chefiava o grupo radical salafista de Gaza Tawhid Wal Jihad, e liderou a nova coalizão de organizações salafistas Majlis Shura Al-Mujahedin. Ele e Jazar estavam em uma moto no momento do ataque. Um menino de 12 anos ficou ferido, segundo fontes médicas.
O porta-voz do Exército israelense informou que o ataque teve como alvo "responsáveis por atividades terroristas de um grupo ligado à Jihad global".
A aviação israelense realizou um segundo ataque, na noite deste sábado, a Gaza, desta vez contra um campo de treinamento do braço militar do Hamas, no poder em Gaza, as Brigadas Ezzedin al-Qassam. Não houve vítimas.
Nesta manhã, a aviação israelense realizou três ataques à Faixa de Gaza, em resposta à queda de um foguete numa área residencial do sul de Israel na noite de ontem. Também não houve feridos, indicaram autoridades palestinas da área de segurança.
Salafistas contra o Hamas
Hisham al-Saedini era considerado o chefe salafista mais importante de Gaza. Havia sido preso pelo Hamas, movimento islâmico no poder em Gaza, antes de ser libertado, em agosto passado, com a mediação da Jordânia.
Seu nome foi citado na ocasião do assassinato do militante pró-palestino italiano Vittorio Arrigoni, 36, membro da associação International Solidarity Mouvement (ISM), encontrado enforcado em abril de 2011 na cidade de Gaza, horas após ter sido sequestrado por um grupo salafista.
Enquanto o Hamas se esforça para manter a frágil trégua com o Exército israelense, grupos armados do território, pertencentes, principalmente, a movimentos salafistas jihadistas, continuam lançando, regularmente, foguetes contra Israel. Estes diferentes grupos salafistas acusam o Hamas de fragilidade frente a Israel e na aplicação da lei islâmica.
Os salafistas, que defendem o retorno às práticas do islã original, dizem ter centenas de membros e milhares de simpatizantes, divididos em grupos. Próximos ao Hamas na conquista do poder, foram se afastando do movimento islâmico que controla a Faixa de Gaza a partir de junho de 2007, por considerarem que o mesmo não ia longe o suficiente na imposição da lei islâmica.