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Berlusconi nega noites picantes de 'bunga-bunga' em suas festas

Agência France-Presse
postado em 19/10/2012 17:37
Milão - O ex-primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, compareceu nesta sexta-feira de maneira supreendente ao tribunal de Milão (norte), onde é processado pelo crime de prostituição de menor, para negar que suas noites picantes de "bunga bunga" tivessem atos sexuais.



Berlusconi rejeitou todas as acusações da promotoria no processo "Rubygate", onde é acusado de incitação à prostituição de uma menor de idade e de abuso de poder.



"Nunca mantive relações íntimas com ela (a vítima chamada Ruby). Nunca pressionei os funcionários da Polícia de Milão", disse Berlusconi durante um "depoimento espontâneo".

O ex-chefe do governo e magnata das comunicações, que acaba de completar 76 anos, optou por um "depoimento espontâneo" para evitar comparecer como testemunha e ter de responder às perguntas da implacável promotora Ilda Boccassini, seu pesadelo, que se lançou há quase 20 anos na arena política.

O magnata italiano, que evita ir aos tribunais, entrou pela porta dos fundos do palácio de justiça e conversou de forma animada com vários jornalistas.

Já na sala de audiências, ele apertou educadamente a mão de Boccassini, a quem considera o cérebro de uma conspiração contra ele.

"Sou vítima de uma operação monstruosa para me difamar", reiterou.

"Nego com absoluta tranquilidade que tenha havido atos de natureza sexual em minha casa", lançou o ex-primeiro-ministro, ao rejeitar as acusações de que dezenas de mulheres eram recrutadas para participar de suas festas, ao ritmo de "bunga bunga", uma espécie de orgia.

"Nunca tive que pagar para manter relações íntimas com minhas convidadas, que não podem ser consideradas ;escorts; ou prostitutas de luxo, o que causou problemas em suas vidas", afirmou.

O processo ;Rubygate; começou em abril de 2011. Nele Berlusconi é acusado de ter pagado em diversas de oportunidades pelos favores sexuais de Ruby (Karima el Maghroug), uma jovem marroquina, menor no momento dos fatos, e de ter abusado de sua posição de presidente do Conselho, pressionando a Polícia de Milão para que ela fosse colocada em liberdade depois de ter sido detida em maio de 2010 por um furto.

Em relação às polêmicas festas em sua luxuosa mansão de Arcore, que a promotoria descreveu como ousadas e frequentadas por mulheres jovens com poucas roupas, Berlusconi disse: Eram "jantares em uma grande sala de jantar durante os quais eu ficava no centro da mesa, monopolizando a atenção, cantando, falando de esportes, de política e contando fofocas".

Berlusconi reiterou em suas declarações o argumento segundo o qual teria intervindo ante a Polícia de Milão para "evitar um incidente diplomático" com o Egito, pois estava convencido de que Ruby era sobrinha do então presidente Hosni Mubarak.

O ex -chefe de governo pode ser condenado a uma pena de três anos de prisão por prostituição de menor e a um máximo de 12 anos pela acusação de abuso de poder.

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