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Milhões de muçulmanos iniciam peregrinação religiosa para Meca

Agência France-Presse
postado em 24/10/2012 13:57
Meca - Mais de dois milhões de muçulmanos começaram nesta quarta-feira (24/10) a convergir para Mina, perto de Meca, no primeiro dia da peregrinação ritual que transcorrerá sob rígidas medidas de segurança. A pé, de ônibus ou de trem, cerca de 1,7 milhão de peregrinos pernoitarão em um gigantesco acampamento instalado em Mina, uma planície nas imediações da cidade santa.

"São momentos memoráveis. Marchamos sobre os passos do profeta Maomé, para cumprir com os ritos do hadj", afirmou um emocionado Akram Hussein, um iraquiano de 42 anos que realiza sua primeira peregrinação. A peregrinação à Meca, ou o "hadj", é um dos cinco pilares do Islã, que todo fiel muçulmano deve cumprir pelo menos uma vez na vida se tiver meios para fazê-lo.

Suando sob um forte calor, Laila Suhartu, uma indonésia de 55 anos, acelera o passo para chegar a Mina e participar da oração. "A circulação é densa e difícil, mas minha alegria é grande", afirmou. A quantidade de peregrinos provenientes do exterior caiu 4% em relação ao ano passado, segundo as autoridades, que não informaram as razões desta queda. O reino autoriza a cada país muçulmano a chegada de um peregrino para cada mil habitantes.

Esquema de segurança e médico

Mais de 17.000 policiais foram mobilizados para garantir a segurança dos peregrinos e guiá-los em direção às tendas distribuídas de acordo com o país de origem, anunciaram as autoridades. Enquanto isso, cerca de cem de equipes da defesa civil e por volta de 20.000 integrantes das equipes médicas estão disponíveis para responder a qualquer eventualidade.

Na quinta-feira, os fiéis se dirigirão ao monte Arafat para um dia de oração e meditação, às vésperas da festa do Eid al-Adha, ou festa do sacrifício, que será realizada a partir de sexta-feira. Depois voltarão para Mina, onde cumprirão o rito do apedrejamento dos pilares que representam Satã. Até o momento não foram registrados incidentes maiores nos locais santos, onde há vários dias chegam milhares de fiéis.



"Não tivemos nenhuma atividade anormal ou contrária à peregrinação", afirmou em uma coletiva de imprensa o ministro saudita do Interior, o general Mansur al-Turki. Em 1987, uma manifestação de peregrinos iranianos a Meca, batizada como "A aversão dos ateus" contra Estados Unidos e Israel, provocou violentos confrontos com as forças de segurança que deixaram 402 mortos, 275 deles iranianos.

Desde então, os peregrinos iranianos começaram a protestar discretamente em seus acampamentos durante o hadj para evitar qualquer contato com as forças de ordem sauditas. O ministro saudita da Saúde, Abdullah al-Rabia, destacou a "ausência de qualquer epidemia", em referência a um novo misterioso vírus pertencente à família dos coronavírus que matou recentemente uma pessoa na Arábia Saudita.

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