Washington - A América Latina oferece soluções e não problemas em comparação com outras regiões do mundo, declarou nesta quarta-feira (24/10) o chanceler brasileiro Antonio Patriota depois de ter se reunido com sua homóloga americana Hillary Clinton.
O Brasil não está preocupado com a ausência de um Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos porque o volume de transações bilaterais está crescendo, acrescentou Patriota em uma entrevista coletiva à imprensa conjunta.
O chanceler brasileiro, que foi a Washington para a quarta rodada do diálogo de alto nível entre ambos os países, foi consultado a respeito da suposta ausência da América Latina no último debate televisionado entre o presidente Barack Obama e seu adversário republicano Mitt Romney.
"É certo que a América Latina não esteve presente, não que eu saiba, e o Brasil não foi mencionado, mas acho que o debate se concentrou realmente em problemas", disse Patriota.
A América Latina foi mencionada por Romney em dois dos debates com Obama. O ex-governador republicano propõe impulsionar mais o TLC com a região em seus primeiros 100 dias de governo, caso chegue à Casa Branca.
"A América do Sul é mais uma região que oferece soluções em vez de problemas. Então, interpretamos isso (a ausência) de forma positiva", acrescentou Patriota aos jornalistas.
A agenda bilateral está crescendo e se aprofundando, destacou Patriota.
O que aconteceu na América Latina nos últimos anos foi "notável", acrescentou Hillary.
Patriota chegou a Washington, onde foi embaixador, pela segunda vez desde que teve início o diálogo de alto nível Estados Unidos-Brasil em 2010.
[SAIBAMAIS] Ambos abordaram os programas de intercâmbio educativo e científico, a questão dos vistos, o comércio bilateral, a cooperação em temas aeronáuticos e outros assuntos, destacou o comunicado conjunto.
Brasil e Estados Unidos criarão um grupo de trabalho especial sobre narcotráfico, acrescentou.
Os Estados Unidos são o segundo sócio comercial do Brasil, mas ambos mantêm diversas disputas comerciais na OMC.
Patriota estava acompanhado de subsecrátarios e funcionários de alto nível que participaram de uma reunião prévia com seus pares americanos sobre Oriente Médio e África.
Durante a coletiva de imprensa, Hillary Clinton se mostrou aberta à possibilidade de que o Brasil participe dos esforços para a obtenção de um cessar-fogo na Síria.