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Homem-bomba mata 42 e deixa dezenas feridos em mesquita do Afeganistão

Vinícius Pedreira - Especial para o Correio
postado em 26/10/2012 20:36

Em meio ao início das comemorações do Eid al-Adha, um dos feriados mais importantes do islamismo, um homem-bomba detonou seus explosivos em uma mesquita na cidade de Maymaneh, capital da provincia de Faryab, norte do Afeganistão. O atentado suicida ocorreu durante as orações desta sexta-feira (26/10) e matou 42 pessoas, deixando também dezenas de feridos, incluindo o chefe da polícia da região, Abdul Khalil Aqsai. O autor do ataque estava vestido com uniforme da polícia local e tinha como alvo principal membros do governo presentes nas comemorações, informou o vice-governador, Abdul Satar Barez.

"Acabávamos de terminar a oração de Eid al-Adha, estávamos nos cumprimentando e nos abraçando quando aconteceu uma grande explosão, muito forte. Pedaços de corpos, de policiais e civis, ficaram espalhados", declarou Barez. As forças policiais afegãs perderam 20 membros, entre policiais, soldados e agentes de inteligência. Vinte e dois civis morreram, sendo cinco crianças.

Em comunicado, o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, afirmou que "aqueles que deixam os muçulmanos de luto durante a festa de Eid não podem ser considerados humanos e muçulmanos". Apesar de o atentado não ter sido reivindicado por nenhum grupo insurgente, as autoridades acreditam que o Talibã afegão possa ter sido o mandante. Isso porque, no início da semana, ocorreram conflitos entre os rebeldes e as forças afegãs, quando 25 talibãs foram anunciados como mortos, entre eles o comandante Yaar Mohammad, chamado de "governador fantasma de Faryab". Outros cinco policiais morreram no confronto.


Segundo o professor do Instituto de Relações Internacionais da PUC-RJ Márcio Scarlécio, após 11 anos de ações das forças militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), nada indica o enfraquecimento de grupos insurgentes como o Talibã. De acordo com o especialista, as recentes declarações da Otan de que soldados serão retirados do território afegão até 2014 comprovam o fato. Ao que o porfessor Michael Kugelman, do Centro Internacional para Acadêmicos Woodrow Wilson, completa: "O que chama a atenção é a região em que ocorreu o atentado (norte), considerada mais pacífica. Isso prova que, ainda, não há nenhuma parte segura no país após todo esse tempo".

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