Agência France-Presse
postado em 29/10/2012 10:48
Kiev - O Partido das Regiões, do presidente, Viktor Yanukovich, lidera a apuração das eleições legislativas de domingo na Ucrânia, após a contagem de 10% das urnas, com 40% dos votos, seguido pela aliança de oposição Batkivshina, liderada pela ex-premier presa Yulia Timoshenko, com 19,6%, segundo a Comissão Eleitoral.O partido Udar, do célebre boxeador Vitali Klitschko, com 11,6% dos votos, aparece na terceira posição, à frente da formação nacionalista Svoboda, com 6%. O grupo do ex-jogador Andrei Shevchenko recebeu apenas 1,7% dos votos, muito abaixo do mínimo de 5% para obter representação parlamentar. Udar e Svoboda, a grande surpresa destas eleições, entram pela primeira vez no Parlamento da Ucrânia.
Batkivshina, Udar e Svoboda se comprometeram a cooperar na nova Assembleia e juntos somam mais votos que o Partido das Regiões e seus aliados comunistas, mas os especialistas duvidam de uma aliança duradoura entre os três partidos. A composição da Assembleia depende também de deputados (225 sobre o total de 450) eleitos por voto direto em circunscripções majoritárias.
O Ocidente observa com atenção estas primeiras eleições desde a chegada ao poder, em 2010, do presidente Yanukovich, diante da possibilidade de retrocesso da democracia, especialmente após a prisão de Timoshenko, no ano passado. "Estas legislativas são um importante teste para a democracia", declarou neste domingo o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle.
[SAIBAMAIS]Timoshenko, condenada a sete anos de prisão, convocou os ucranianos a votar em massa para "expulsar do poder" Yanukovich, em uma mensagem na Web. A aliança Batkivshina e observadores ucranianos denunciaram fraudes, especialmente a compra de votos, mas "estas violações não superam" o nível tradicional de problemas eleitorais nesta ex-república soviética, destacou Olexandre Chernenko, presidente da ONG Comitê dos Eleitores da Ucrânia.
As autoridades instalaram câmeras nas seções eleitorais para transmitir "ao vivo" a eleição pela Internet, com o objetivo de demonstrar que as eleições são transparentes, mas a oposição e os observadores temem fraudes durante a apuração, que não será monitorada pela Web.