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Noroeste dos Estados Unidos avalia estragos após passagem de Sandy

Agência France-Presse
postado em 30/10/2012 17:43

Nova York - Milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica ou com os pés na água nesta terça-feira (30/10) no noroeste dos Estados Unidos, onde a supertempestade Sandy provocou muitas perdas econômicas, principalmente em Nova York, que sofreu os maiores impactos do fenômeno climático.

Após causar 67 mortes no Caribe, Sandy deixou pelo menos outras 31 vítimas nos Estados Unidos e uma no Canadá. Mais de oito milhões de residências ficaram sem eletricidade na manhã desta terça-feira (30/10).

Nos estados de Nova York e Nova Jersey, onde a supertempestade já se configura como uma das tempestades mais devastadoras já registradas, o presidente Barack Obama declarou nesta madrugada estado de "grande catástrofe", permitindo o acionamento de programas de assistência às vítimas.

A apenas uma semana da eleição presidencial de 6 de novembro, Obama suspendeu sua campanha para se concentrar nas operações de emergência, manifestando sua "preocupação" e "tristeza" com as mortes e a devastação provocadas por Sandy. A Casa Branca anunciou o cancelamento da agenda eleitoral do presidente prevista para quarta-feira (31/10). Neste dia, ele visitará Nova Jersey.

"Amanhã (quarta-feira) à tarde, o presidente vai viajar para Nova Jersey, onde se reunirá com o governador (Chris) Christie para inspecionar os estragos causados pela tempestade, conversar com moradores (...) e cumprimentar os membros dos serviços de emergência que arriscaram suas vidas", indicou o porta-voz da Presidência, Jay Carney, em um comunicado.

Seu rival Mitt Romney, que teve o seu papel limitado ao de um espectador diante de um Barack Obama que assumiu o controle do governo federal para ajudar as vítimas atingidas por Sandy, anunciou, entretanto, que não adiará os seus compromissos de quarta-feira (31/10) no estado-chave da Flórida.

Nova York se transformou em uma cidade fantasma na manhã desta terça-feira (30/10).

Pelo menos dez mortes foram relatadas na metrópole, afirmou em uma coletiva de imprensa o prefeito Michael Bloomberg, que disse esperar um aumento deste registro. Cerca de 750.000 residências também ficaram sem energia elétrica na cidade, indicou.

Nos Estados Unidos, a maioria das linhas de energia não está no subsolo, o que as deixa sob a ameaça de queda de árvores ou galhos durante fortes chuvas e tempestades com raios.

A metade sul de Manhattan mergulhou na escuridão durante a noite. Apenas alguns edifícios equipados com geradores foram capazes de manter a eletricidade. O sul da ilha é também a parte da cidade mais afetada pelas enchentes.

Sem lugar para ir

Ao sul do Canal Street, Tommy Flynn, um fotógrafo de 57 anos passeava nesta terça-feira (30/10) fotografando as árvores caídas.

Seu apartamento não tinha eletricidade, mas está fora de questão deixar o local. "Minha namorada e eu montamos estoques de água, alimentos não perecíveis, pilhas, lanternas, doces e chocolates. E depois, não há outro lugar para ir", explicou.

Em Battery Park, no extremo sul, onde o nível do mar chegou a subir mais de quatro metros na maré alta, a água recuou. Alguns galhos de árvores estavam espalhados pelas ruas e cabos de eletricidade deitados nas calçadas.

Paralisada há 24 horas, a cidade recupera dificilmente o ritmo de vida com a reabertura de três pontes que ligam Manhattan ao Brooklyn, mas o transporte público permanece suspenso.

Muitos túneis do metrô foram inundados, a água do mar engoliu os corredores, às vezes excedendo a altura das plataformas.

"O metrô de Nova York tem 108 anos, mas ele nunca tinha enfrentado uma catástrofe tão devastadora como a que vimos na noite passada", disse Joseph Lhota, presidente da MTA, a companhia que administra os transportes de Nova York.

Nos estados de Nova York e Nova Jersey, três reatores nucleares foram fechados e outros dois reduziram sua produção devido à subida das águas, anunciou o Departamento de Energia dos Estados Unidos.

Perdas "inimagináveis"

Com 2,5 milhões de pessoas às escuras, Nova Jersey, o estado costeiro onde Sandy tocou a terra na noite de segunda-feira (29/10), é o mais afetado pela falta de energia.

Danos ao longo da costa são "inimagináveis", lamentou o governador republicano Chris Christie, que apoia Mitt Romney, mas que não deixou de elogiar a resposta "fantástica" de Barack Obama ao desastre.

No condado de Bergen (Nova Jersey), a poucos quilômetros da cidade de Nova York, uma barragem rompeu durante a noite, ameaçando centenas de pessoas e mobilizando os serviços de emergência.

Em 11 estados, mais de 7.400 homens da Guarda Nacional foram mobilizados nesta terça-feira (30/10) para enfrentar as consequências de Sandy.

A supertempestade mantém o seu percurso, mas enfraquecida. Às 17h00 GMT (15h00 no horário de Brasília) cruzou a Pensilvânia com ventos de 70 km/h, contra os 150 km/h de segunda (29/10).

[SAIBAMAIS] Mas seus efeitos continuam a ser sentidos: os serviços meteorológicos em Washington lançaram um alerta de inundações, devido ao transbordamento do Rio Potomac e quase um metro de neve é esperado nas montanhas de West Virginia.

As escolas, serviços públicos e a maioria das lojas ainda estavam fechados nesta terça-feira na região e o transporte público continua com o serviço interrompido. Em Washington, eles devem retomar gradualmente na tarde desta terça-feira (30/10), segundo a operadora WMATA.

Quase todos os aeroportos do noroeste foram fechados e cerca de 6.000 voos foram cancelados nesta terça-feira (30/10).

Pelo segundo dia consecutivo, Wall Street também permaneceu fechada, mas vai retomar a sua atividade na quarta-feira (31/10).

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