Agência France-Presse
postado em 02/11/2012 16:21
Damasco - A principal coalizão de oposição síria no exílio criticou nesta sexta-feira os Estados Unidos, a quem acusa de tentar remodelá-la para que negocie com o regime, e também condenou a execução, por parte dos rebeldes, de soldados feridos no norte do país, o que foi caracterizado pela ONU e pela Anistia Internacional como crime de guerra.
Faltando dois dias para uma reunião crucial da oposição em Doha, o Conselho Nacional Sírio (CNS) reagiu com virulentamente às declarações da chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, que pediu ao movimento que se amplie para resistir à ação de extremistas islamitas.
O CNS condenou, em um comunicado, os projetos que pretendem "passar por cima do Conselho ou criar instâncias para substituí-los", caracterizando-os de tentativa de "minar a revolução plantando sementes da divisão".
Mohammed Sermini, da assessoria de imprensa do CNS, denunciou a ingerência de Washington e a classificou de "imperialismo". "Por mais amistosa e solidária que seja a fachada, eles não têm o direito de intervir em nossos assuntos. A Síria deve tomar suas próprias decisões", afirmou.
[SAIBAMAIS]Na quarta, Hillary afirmou que os Estados Unidos querem ajudar a oposição síria a se unir e limitar o papel desempenhado apenas pelo CNS.
"Há informações preocupantes sobre extremistas que vão para a Síria tentar desviar para seus próprios fins o que até então era uma revolução legítima contra o regime opressor", explicou Clinton, e por isso os Estados Unidos querem "ajudar a oposição a se unir para resistir ao regime de Bashar al Assad", declarou à imprensa.
"O CNS já não pode ser percebido como o único líder visível da oposição. Pode ser um partido de oposição, mas a oposição deve incluir pessoas no interior da Síria e no exterior", afirmou ainda, acrescentando que uma ampla coalizão da oposição precisa de uma estrutura dirigente dedicada a representar e proteger os sírios.
Os Estados Unidos, que também reclamam a saída de Assad, mostraram até agora sua impotência para conseguir uma saída para a guerra devido às profundas divisões com os russos, aliados do regime Assad. Rússia criticou o chamado dos Estados Unidos à unidade da oposição. ashington dá claramente a entender que não vê outra solução para a crise na Síria a não ser sob suas condições", indicou um porta-voz da diplomacia russa, Alexandre Lukachevitch, em um comunicado.
Washington conta a reunião de domingo em Doha, ampliada a centenas de opositores, sob tutela da Liga Árabe, na qual poderá ser anunciado um governo no exílio encabeçado pela opositora Riad Seif, segundo informações não confirmadas.
Execução dos soldados feridos: um crime de guerra
O CNS também pediu aos rebeldes que prestem contas de suas ações, no dia seguinte à exibição de um vídeo que mostra insurgentes batendo em uma dúzia de soldados feridos, antes de serem mortos.
"Pedimos ao Exército Sírio Livre e aos movimentos que animam a revolução no terreno que cobrem de todos aqueles que violem os direitos Humanos", declarou à AFP Radif Moustapha, encarregado pelos Direitos Humanos no CNS, depois que a ONU evocou um possível "crime de guerra".
Mas ele ressaltou que acredita que "os crimes de combatentes da oposição não (estão) em igual medida com os do regime".
Ao considerar o conflito como muito complexo, denunciou casos de "vingança individual", apelando "à comunidade internacional, o CSN e o ESL que tome medidas para combater este fenômeno" de violações. e permanecermos em silêncio, estas graves violações vão aumentar", disse, lembrando que os princípios da revolução são os de "liberdade, dignidade e respeito aos direitos Humanos".
Faltando dois dias para uma reunião crucial da oposição em Doha, o Conselho Nacional Sírio (CNS) reagiu com virulentamente às declarações da chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, que pediu ao movimento que se amplie para resistir à ação de extremistas islamitas.
O CNS condenou, em um comunicado, os projetos que pretendem "passar por cima do Conselho ou criar instâncias para substituí-los", caracterizando-os de tentativa de "minar a revolução plantando sementes da divisão".
Mohammed Sermini, da assessoria de imprensa do CNS, denunciou a ingerência de Washington e a classificou de "imperialismo". "Por mais amistosa e solidária que seja a fachada, eles não têm o direito de intervir em nossos assuntos. A Síria deve tomar suas próprias decisões", afirmou.
[SAIBAMAIS]Na quarta, Hillary afirmou que os Estados Unidos querem ajudar a oposição síria a se unir e limitar o papel desempenhado apenas pelo CNS.
"Há informações preocupantes sobre extremistas que vão para a Síria tentar desviar para seus próprios fins o que até então era uma revolução legítima contra o regime opressor", explicou Clinton, e por isso os Estados Unidos querem "ajudar a oposição a se unir para resistir ao regime de Bashar al Assad", declarou à imprensa.
"O CNS já não pode ser percebido como o único líder visível da oposição. Pode ser um partido de oposição, mas a oposição deve incluir pessoas no interior da Síria e no exterior", afirmou ainda, acrescentando que uma ampla coalizão da oposição precisa de uma estrutura dirigente dedicada a representar e proteger os sírios.
Os Estados Unidos, que também reclamam a saída de Assad, mostraram até agora sua impotência para conseguir uma saída para a guerra devido às profundas divisões com os russos, aliados do regime Assad. Rússia criticou o chamado dos Estados Unidos à unidade da oposição. ashington dá claramente a entender que não vê outra solução para a crise na Síria a não ser sob suas condições", indicou um porta-voz da diplomacia russa, Alexandre Lukachevitch, em um comunicado.
Washington conta a reunião de domingo em Doha, ampliada a centenas de opositores, sob tutela da Liga Árabe, na qual poderá ser anunciado um governo no exílio encabeçado pela opositora Riad Seif, segundo informações não confirmadas.
Execução dos soldados feridos: um crime de guerra
O CNS também pediu aos rebeldes que prestem contas de suas ações, no dia seguinte à exibição de um vídeo que mostra insurgentes batendo em uma dúzia de soldados feridos, antes de serem mortos.
"Pedimos ao Exército Sírio Livre e aos movimentos que animam a revolução no terreno que cobrem de todos aqueles que violem os direitos Humanos", declarou à AFP Radif Moustapha, encarregado pelos Direitos Humanos no CNS, depois que a ONU evocou um possível "crime de guerra".
Mas ele ressaltou que acredita que "os crimes de combatentes da oposição não (estão) em igual medida com os do regime".
Ao considerar o conflito como muito complexo, denunciou casos de "vingança individual", apelando "à comunidade internacional, o CSN e o ESL que tome medidas para combater este fenômeno" de violações. e permanecermos em silêncio, estas graves violações vão aumentar", disse, lembrando que os princípios da revolução são os de "liberdade, dignidade e respeito aos direitos Humanos".
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Quinta-feira, pelo menos 28 soldados sírios foram mortos em combate ou friamente executados em ataques rebeldes contra três postos de controle militares perto de Saraqeb, no noroeste da Síria, informou o OSDH.
Um vídeo postado por ativistas mostra rebeldes batendo em uma dúzia de soldados feridos, que foram jogados no chão e mortos. Antes de executar um prisioneiro, um rebelde diz a ele: "Você não sabe que nós pertencemos ao povo deste país?". Aterrorizado, o soldado responde, "eu juro em nome de Deus que eu não atirei". ssim como o Observatório denuncia as execuções nas prisões do regime, ele não tolera os de prisioneiros de guerra pelos rebeldes", declarou à AFP o diretor da organização, Rami Abdel Rahman.
O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos denunciou o que constitui "muito provavelmente um crime de guerra" e a Anistia Internacional condenou imagens "chocantes de um crime de guerra em potencial".
Agências e funcionários da ONU e de ONGs internacionais, como a Anistia Internacional, acusam o regime e a rebelião "de crimes de guerra e contra a Humanidade", depois de quase 20 meses de um conflito devastador que causou, de acordo com o OSDH, mais de 36.000 mortes.
Os rebeldes cortam o acesso ao norte
No terreno, os rebeldes tomaram o controle da região de Saraqeb, cruzamento de caminhos estratégicos que leva a Damasco, Aleppo (norte) e Lattaquié, na costa.
Com esta tomada, cortaram praticamente todo o acesso das tropas ao norte, onde enfrentam os rebeldes há mais de três meses pelo controle de Aleppo.
Em todo o país, 65 pessoas, das quais 18 civis, 17 rebeldes e 30 soldados, morreram em episódios de violência, segundo balanço provisório do OSDH, o que eleva a mais de 36.000 os mortos desde o início da rebelião, em março de 2011, contra o regime Assad.
Quinta-feira, pelo menos 28 soldados sírios foram mortos em combate ou friamente executados em ataques rebeldes contra três postos de controle militares perto de Saraqeb, no noroeste da Síria, informou o OSDH.
Um vídeo postado por ativistas mostra rebeldes batendo em uma dúzia de soldados feridos, que foram jogados no chão e mortos. Antes de executar um prisioneiro, um rebelde diz a ele: "Você não sabe que nós pertencemos ao povo deste país?". Aterrorizado, o soldado responde, "eu juro em nome de Deus que eu não atirei". ssim como o Observatório denuncia as execuções nas prisões do regime, ele não tolera os de prisioneiros de guerra pelos rebeldes", declarou à AFP o diretor da organização, Rami Abdel Rahman.
O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos denunciou o que constitui "muito provavelmente um crime de guerra" e a Anistia Internacional condenou imagens "chocantes de um crime de guerra em potencial".
Agências e funcionários da ONU e de ONGs internacionais, como a Anistia Internacional, acusam o regime e a rebelião "de crimes de guerra e contra a Humanidade", depois de quase 20 meses de um conflito devastador que causou, de acordo com o OSDH, mais de 36.000 mortes.
Os rebeldes cortam o acesso ao norte
No terreno, os rebeldes tomaram o controle da região de Saraqeb, cruzamento de caminhos estratégicos que leva a Damasco, Aleppo (norte) e Lattaquié, na costa.
Com esta tomada, cortaram praticamente todo o acesso das tropas ao norte, onde enfrentam os rebeldes há mais de três meses pelo controle de Aleppo.
Em todo o país, 65 pessoas, das quais 18 civis, 17 rebeldes e 30 soldados, morreram em episódios de violência, segundo balanço provisório do OSDH, o que eleva a mais de 36.000 os mortos desde o início da rebelião, em março de 2011, contra o regime Assad.