Agência France-Presse
postado em 03/11/2012 19:48
Jerusalém - Declarações feitas à imprensa israelense pelo líder palestino Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, que teria questionado o direito dos refugiados palestinos de retornar a suas antigas casas antes da ocupação, receberam a calorosa acolhida de Israel e críticas ferozes em Gaza.
Em entrevista difundida na noite de sexta-feira pela televisão israelense Channel 2, Abbas afirmou não ter a intenção de morar na casa onde viveu na infância em Safed, atualmente em território israelense. "Quero ver Safed. É meu direito vê-la, mas não morar lá", afirmou, falando em inglês, em alusão à sua cidade natal, situada na Galileia (norte), atualmente em território israelense.
Abbas nasceu ali em 1935, quando a Palestina estava sob mandado britânico e fugiu, assim como centenas de milhares de palestinos, após a criação do Estado de Israel, em 1948.
Dirigindo-se a espectadores israelenses com vistas a abrandar suas preocupações antes da apresentação, prevista para este mês, de uma proposta palestina para buscar um status mais elevado nas Nações Unidas, Abbas reiterou aceitar o Estado israelense dentro das fronteiras que precederam a ocupação de Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
[SAIBAMAIS]"A Palestina, para mim, agora está nas fronteiras de 1967 tendo Jerusalém oriental como capital", afirmou. "Esta é a Palestina para mim. Sou um refugiado, estou vivendo em Ramallah, acredito que Cisjordânia e Gaza são a Palestina e que as outras partes formam Israel", reforçou.
Imediatamente, as declarações foram condenadas pelo movimento islamita Hamas, no poder na Faixa de Gaza, onde manifestações de protesto reuniram milhares de palestinos, e elogiadas em Israel.
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O primeiro-ministro do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, disse ainda na sexta-feira que Abbas "não tem o direito de renunciar os direitos dos refugiados". "Ele não fala em nome dos refugiados", ressaltou.
"As palavras corajosas de Abu Mazen (nome de guerra de Abbas) demonstram que Israel tem um verdadeiro parceiro para a paz", avaliou o presidente israelense, Shimon Peres, em um comunicado divulgado este sábado. "São palavras importantes. Devemos, todos, tratá-las com o maior respeito", acrescentou.
As posições de Abbas "estão particularmente de acordo com as de Israel e a grande maioria da população, que apoia a solução de dois Estados para dois povos", elogiou Peres.
Reação contrária à observada no campo de refugiados de Khabaliya, o maior da Faixa de Gaza, onde 3.000 pessoas gritaram "Fora! Fora Abu Mazen", enquanto queimaram fotos do presidente da Autoridade Palestina, cujo QG fica na Cisjordânia. Milhares de palestinos protestaram ainda na Cidade de Gaza e em Khan Yunis (ao sul).
O porta-voz de Abbas, Nabil Abu Rudeina, tentou reduzir o impacto das declarações, afirmando que a entrevista não representou uma mudança na política e que desistir do direito ao retorno representaria "uma catástrofe para as futuras gerações palestinas".
"O direito ao retorno está entre as questões que ainda estão pendentes nas negociações com Israel", afirmou, em um comunicado. "Uma entrevista à televisão não significa que as negociações e o objetivo da entrevista seja influenciar a opinião israelense", acrescentou.
Em entrevista difundida na noite de sexta-feira pela televisão israelense Channel 2, Abbas afirmou não ter a intenção de morar na casa onde viveu na infância em Safed, atualmente em território israelense. "Quero ver Safed. É meu direito vê-la, mas não morar lá", afirmou, falando em inglês, em alusão à sua cidade natal, situada na Galileia (norte), atualmente em território israelense.
Abbas nasceu ali em 1935, quando a Palestina estava sob mandado britânico e fugiu, assim como centenas de milhares de palestinos, após a criação do Estado de Israel, em 1948.
Dirigindo-se a espectadores israelenses com vistas a abrandar suas preocupações antes da apresentação, prevista para este mês, de uma proposta palestina para buscar um status mais elevado nas Nações Unidas, Abbas reiterou aceitar o Estado israelense dentro das fronteiras que precederam a ocupação de Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
[SAIBAMAIS]"A Palestina, para mim, agora está nas fronteiras de 1967 tendo Jerusalém oriental como capital", afirmou. "Esta é a Palestina para mim. Sou um refugiado, estou vivendo em Ramallah, acredito que Cisjordânia e Gaza são a Palestina e que as outras partes formam Israel", reforçou.
Imediatamente, as declarações foram condenadas pelo movimento islamita Hamas, no poder na Faixa de Gaza, onde manifestações de protesto reuniram milhares de palestinos, e elogiadas em Israel.
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O primeiro-ministro do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, disse ainda na sexta-feira que Abbas "não tem o direito de renunciar os direitos dos refugiados". "Ele não fala em nome dos refugiados", ressaltou.
"As palavras corajosas de Abu Mazen (nome de guerra de Abbas) demonstram que Israel tem um verdadeiro parceiro para a paz", avaliou o presidente israelense, Shimon Peres, em um comunicado divulgado este sábado. "São palavras importantes. Devemos, todos, tratá-las com o maior respeito", acrescentou.
As posições de Abbas "estão particularmente de acordo com as de Israel e a grande maioria da população, que apoia a solução de dois Estados para dois povos", elogiou Peres.
Reação contrária à observada no campo de refugiados de Khabaliya, o maior da Faixa de Gaza, onde 3.000 pessoas gritaram "Fora! Fora Abu Mazen", enquanto queimaram fotos do presidente da Autoridade Palestina, cujo QG fica na Cisjordânia. Milhares de palestinos protestaram ainda na Cidade de Gaza e em Khan Yunis (ao sul).
O porta-voz de Abbas, Nabil Abu Rudeina, tentou reduzir o impacto das declarações, afirmando que a entrevista não representou uma mudança na política e que desistir do direito ao retorno representaria "uma catástrofe para as futuras gerações palestinas".
"O direito ao retorno está entre as questões que ainda estão pendentes nas negociações com Israel", afirmou, em um comunicado. "Uma entrevista à televisão não significa que as negociações e o objetivo da entrevista seja influenciar a opinião israelense", acrescentou.