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Presidente francês conversa com rei saudita sobre Irã e conflito sírio

Agência France-Presse
postado em 04/11/2012 17:33
Jidá - O presidente francês, François Hollande, reuniu-se este domingo em Jidá, no oeste da Arábia Saudita, com o rei Abdullah para falar sobre o conflito sírio e o programa nuclear iraniano, após fazer uma breve escala no Líbano.

"O presidente falou com o rei Abdullah sobre o processo de paz no Oriente Médio, sobre o programa nuclear iraniano e sobre a crise síria, bem como sobre cooperação bilateral", disse à AFP um porta-voz de Hollande, Romain Nadal, após entrevista de duas horas.

Hollande disse aos jornalistas a bordo do avião que esta primeira visita à Arábia Saudita é "antes de tudo política". Segundo ele, "a França desempenha um papel ativo na região do Oriente Médio. Somos o país mais ativo em temas de Síria, Líbano e processo de paz".

Quanto ao programa nuclear iraniano, a presidência francesa destacou que "a Arábia Saudita está extremamente preocupada com as ações iranianas". O próprio Hollande declarou esta semana que seu país está disposto a promover "novas sanções" contra o Irã, país ao qual as potências ocidentais e Israel acusam de querer se equipar com a bomba atômica, o que Teerã desmente com firmeza.

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Antes de chegar a Jidá, na tarde de domingo, o presidente francês visitou brevemente Beirute, onde expressou o apoio da França ao Líbano, ameaçado pelo conflito armado na vizinha Síria entre o regime e seus opositores.

[SAIBAMAIS]Paris apresentou a escala em Beirute, decidida de última hora, como "um gesto político forte de apoio" ao Líbano, sacudido pela morte do líder dos serviços de inteligência da polícia Wisam al Hasan em 19 de outubro em um atentado atribuído pela oposição libanesa ao regime sírio.

"A França não poupará esforços para garantir ao Líbano sua independência, sua unidade e sua segurança" e está decidida a "se opor com todas as forças a qualquer tentativa de desestabilização", assegurou Hollande durante entrevista coletiva conjunta com o colega libanês Micheil Sleimane.

Referindo-se ao conflito sírio, Sleimane disse que "reafirmou ao presidente Hollande o compromisso do Líbano de evitar as consequências negativas" da contenda no país vizinho.

Hollande visitou o Líbano depois de a oposição reivindicar a demissão do premier Najib Mikati, a quem acusa de "facilitar o plano do regime criminoso de Bashar al Assad no Líbano".

Diante desta situação, Sleimane e os ocidentais querem, sobretudo, evitar um vácuo de poder no país, fragilizado pelo conflito sírio. Segundo uma fonte governamental, a França estaria disposta a acolher uma reunião das faclões políticas libanesas, se Beirute pedir e todas as partes estiverem representadas.

Quanto às relações bilaterais franco-sauditas, os contatos de Hollande em Jidá estarão centrados no setores de energia e transporte, segundo seus colaboradores. "A Arábia Saudita sempre deu demonstrações de responsabilidade" quanto ao preço do petróleo, lembram os colaboradores do presidente francês, que incidem também no interesse de Riad na "energia nuclear".

"O que se quer é que as empresas francesas estejam presentes", diz o entorno de Hollande, enquanto a Arábia Saudita tem um grande projeto de construção de usinas nucleares.

O presidente francês anunciou à imprensa que retornará à Arábia Saudita "no começo de 2013 com uma delegação de empresários para fazer uma visita econômica".

Hollande prevê conceder uma entrevista coletiva e em seguida partirá para o Laos, onde participará, na segunda-feira, da 9; cúpula entre União Europeia e Ásia.

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