Agência France-Presse
postado em 05/11/2012 10:00
A escritora de origem chinesa Han Suyin, autora de romances e ensaios políticos e históricos, morreu na sexta-feira, aos 95 anos, em Lausanne (Suíça), onde morava. Os funerais de Han Suyin, cuja morte foi reportada pela agência de notícias Nova China, citando sua família, estão previstos para a próxima quinta-feira em Lausanne, segundo a agência suíça ATS.Os vários romances e ensaios, assim como os encontros com Indira Gandhi, Mao Tsé-tung e Zhou Enlai renderam fama mundial a Han Suyin, que há muitos anos morava na Suíça.
Nascida em 1917 no norte da China, filha de um engenheiro chinês e de uma intelectual belga, Rosalie Chou recebeu educação europeia e só aprendeu o chinês após os 15 anos. Depois de estudar medicina em China, Bélgica e Inglaterra, se tornou pediatra e chefiou uma clínica em Cingapura. No entanto, após o primeiro casamento com um diplomata chinês em Londres, que se tornaria general e auxiliar de Chang Kaichek, Han Suyin abandonou a medicina e começou a escrever em chinês, inglês e francês.
Ela, então, se instalou em Hong Kong e publicou seu primeiro romance, A Many-Splendoured Thing, que Henry King adaptou com grande sucesso para o cinema em 1955, em um filme intitulado em português como Suplício de uma Saudade.
A principal obra da romancista é uma autobiografia em cinco volumes - The Crippled Tree, A Mortal Flower, Birdless Summer, My house has two doors e Phoenix Harvest (1964-1979). Ela também assinou as autobiografias de Mao e de seu premier, Zhou Enlai, além de um estudo sobre o Tibete.
Favorável ao maoísmo, a autora nunca aderiu ao Partido Comunista e rompeu com o regime após a Revolução Cultural, que chegou a defender em um primeiro momento. Muito apegada ao país de origem, foi uma das poucas cidadãs estrangeiras a poder viajar à China comunista durante os dois primeiros anos de regime maoísta.
Elizabeth-Kuanghu Comber - seu nome no registro civil - voltou a ser casar duas vezes após a morte do esposo chinês, em 1947, durante a guerra civil: com um oficial inglês, em 1952, e com um coronel e engenheiro indiano, em 1960.
Ela também viveu uma aventura amorosa com um correspondente de guerra baseado em Cingapura, morto em 1950 na Coreia. A história serviu de inspiração para o romance A Many-Splendoured Thing.