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Em entrevista, Bashar Al Assad diz que vai "viver e morrer" na Síria

Agência France-Presse
postado em 08/11/2012 10:59
Damasco - O presidente Bashar al-Assad advertiu nesta quinta-feira (8/11) que está decidido a "viver e morrer na Síria" e alertou sobre os riscos de uma intervenção estrangeira, num momento em que os rebeldes desafiam seu regime na capital do país.

"Não sou um fantoche, sou sírio e devo viver e morrer na Síria", disse Assad, segundo uma transcrição publicada pelo canal russo em árabe Rusiya al Yaum em seu site. Nesta semana, o primeiro-ministro britânico David Cameron lançou a ideia de conceder a Assad uma saída segura do país, afirmando que isso poderia ser arranjado, embora ele deseje que o líder sírio enfrente a justiça internacional.

Assad também advertiu que uma intervenção estrangeira na Síria poderia ter "consequências mundiais", provocando um "efeito dominó" do Oceano Atlântico ao Pacífico. Vários bairros de Damasco eram palco na manhã desta quinta-feira de novos combates e bombardeios, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Vários morteiros caíram nos bairros de Midan e Nahar Aisha, de onde subiam colunas de fumaça, informou o OSDH, uma organização que recebe informações de uma ampla rede de militantes e de médicos sírios. A ONG também informou sobre combates no bairro de Mazzé, onde recentemente foram registrados atentados e bombardeios.

[SAIBAMAIS]Representantes das diferentes facções da oposição síria iniciaram nesta quinta-feira em Doha uma reunião na presença de autoridades árabes e internacionais, que as pressionam para levá-las a se unificar. Inicialmente, a reunião deveria debater uma moção apresentada pelo ex-deputado Riad Seif, apoiada pelos Estados Unidos, propondo a criação de um "Comitê de iniciativa nacional síria" que reúna as diferentes correntes da oposição e permita formar um governo no exílio.



Mas o Conselho Nacional Sírio (CNS) publicou no sábado sua própria moção para realizar nos "territórios libertados" um congresso nacional com cerca de 300 membros, com representantes desta entidade, dos comitês locais que administram territórios libertados, de personalidades que desertaram e do Exército Sírio Livre (formado por soldados desertores e por civis armados).

A escolha do novo secretário-geral do CNS foi adiada para sexta-feira, já que quatro novos membros, representantes das mulheres e das minorias, devem se somar à secretaria-geral. No contexto de tensão na fronteira entre Síria e Turquia, Ancara declarou se reservar o direito de se armar para garantir sua defesa e confirmou negociações com a Otan para instalar baterias antimísseis Patriot em seu território.

"Há discussões (...) sobre os Patriot no seio da Otan. Nada mais natural, (então), que tomar todas as medidas necessárias para nossa própria defesa", disse o presidente turco Abdullah Gul em declarações à televisão durante uma viagem à cidade de Cankiri (centro). Os meios de comunicação informaram que os mísseis podem ser instalados ao longo da fronteira para criar uma zona de exclusão aérea parcial visando o estabelecimento de zonas de segurança no interior do território sírio.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) alertou sobre a situação humanitária na Síria, afirmando não poder "lidar com o agravamento da situação". Por sua vez, três morteiros disparados da Síria caíram nesta quinta-feira na região das Colinas de Golã, ocupadas por Israel, sem provocar vítimas nem danos materiais, informaram as forças armadas israelenses.

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