Agência France-Presse
postado em 08/11/2012 11:32
Teerã - A posição da administração americana de Barack Obama sobre o Irã é diferente da de Israel e até mais flexível do que a de países europeus, de acordo com uma análise publicada no site do ministério iraniano da Inteligência, um discurso contrário à retórica habitual do regime."A política do Partido Republicano (em relação ao Irã) é uma política de confronto (...) muito próxima da política dos sionistas, enquanto a posição o Partido Democrata é muito diferente", considera a análise apresentada como um relatório do ministério da Inteligência sobre a eleição presidencial dos Estados Unidos.
"Mesmo ao realizar várias ações hostis contra o povo iraniano e afirmar que todas as opções estão sobre a mesa (nota: para impedir o Irã de adquirir armas nucleares), na verdade, os democratas esperam que a diplomacia funcionará em paralelo com as sanções econômicas para resolver a questão nuclear iraniana", explica o documento aparentemente redigido pouco antes da reeleição do presidente Barack Obama no dia 6 de novembro.
[SAIBAMAIS]E, embora Israel tenha exercido muita pressão sobre o governo democrata americano, "a política de Obama é diferente da realizada pelo regime sionista", conclui o documento, que ressalta a "discórdia aberta" entre o presidente dos Estados Unidos e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu sobre o Irã. Esta análise também considera que a administração Obama tem uma abordagem mais moderada do que a da União Europeia sobre a questão das sanções. "Ainda que os americanos tenham adotado unilateralmente sanções duras contra o Irã, estão atrás dos europeus", diz o texto.
Essa análise rebate o discurso oficial dos líderes iranianos e meios de comunicação, que denunciaram diariamente durante todo o primeiro mandato de Barack Obama o conluio entre a política dos Estados Unidos e de Israel para tentar enfraquecer e derrubar a República Islâmica. Teerã também sempre considerou que os países europeus estão mais abertos para o Irã do que Washington, e que ainda é possível m diálogo com eles, ao contrário do "Grande Satã" americano estigmatizado, como Israel, em discursos e slogans.