Mundo

Grevistas de mina de platina na África do Sul rejeitam oferta

Agência France-Presse
postado em 10/11/2012 16:25

Johannesburgo - Os trabalhadores da Anglo American Platinum (Amplats), em greve há oito semanas, rejeitaram a nova oferta da maior companhia mundial de platina, afetada por uma greve que paralisa suas minas sul-africanas de Rustenburg e Northam (norte).

Milhares de mineiros se reuniram neste sábado em um estádio em Rustenburg, sob a supervisão da polícia e de um helicóptero.

"Ninguém voltará ao trabalho, a greve continua", declarou Evans Ramokga, um representante dos mineiros da Amplats.

"Os trabalhadores não estão satisfeitos com as condições e, portanto, ninguém aceita a (nova) oferta, porque não há nem mesmo um aumento salarial", acrescentou.

A reunião deste sábado foi realizada depois que a polícia anunciou que quatro funcionários da Amplats -dois homens e duas mulheres- haviam sido atacados, acusados de tentar trabalhar na sexta-feira.

Os quatro funcionários foram hospitalizados e uma das vítimas se encontra na UTI, informou um porta-voz da polícia.

Depois de retomar na quarta-feira o diálogo com os sindicatos e representantes dos grevistas, a Amplats afirmou na sexta-feira que fez uma oferta nova e melhorada para tentar acabar com o conflito, oferecendo um bônus de 4.500 rands (405 euros) brutos.

Este bônus era para ser pago duas semanas após o retorno ao trabalho, enquanto 12 mil grevistas que a empresa anunciou a demissão seriam reintegrados no início de outubro.

O grupo também se comprometeu a começar rapidamente as negociações salariais, mas recusou-se a considerar qualquer aumento antes de 1; de julho de 2013, data de expiração do atual acordo.

Os mineiros da Amplats, que iniciaram em 12 de setembro uma greve para exigir aumentos salariais substanciais, se recusaram a voltar ao trabalho em 30 de outubro, após a administração propor um bônus de 2.000 rands líquidos.

A Amplats é a última grande empresa de mineração ainda paralisada pela onda de greves que começou de forma violenta em Marikana, em agosto.

Estes conflitos sociais causaram cerca de 60 mortes em dois meses e meio. Na mina de Lomnin, 34 mineiros foram morto a tiros pela polícia em 16 de agosto em Marikana. Na Amplats a violência causou 9 mortes, de acordo com fontes.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação