Gaza -Cinco palestinos morreram neste sábado e quatro soldados israelenses ficaram feridos em uma nova onda de violência na Faixa de Gaza.
Pouco antes da meia-noite, um ataque aéreo israelense no norte da Cidade de Gaza fez um morto e dois feridos, indicaram fontes médicas e testemunhas palestinas no local. O homem assassinado, Mohammed Shwikani, 20 anos, pertencia à Brigada Al-Qods, o braço armado da Jihad islâmica palestina.
O Exército israelense declarou em um comunicado ter agido contra uma "unidade no norte de Gaza, que tinha acabado de disparar foguetes contra o sul de Israel"
No início da tarde, três palestinos foram mortos e 25 outros feridos por disparos de soldados israelenses, segundo Ashraf al Qudra, porta-voz dos serviços de saúde do governo de Hamas em Gaza.
Um dos feridos não resistiu e morreu na madrugada de sábado para domingo, acrescentou.
Segundo testemunhas, os combatentes palestinos dispararam um foguete contra um veículo militar israelense que circulava na fronteira palestina, o que foi respondido com tiros de artilharia.
"Um míssil anti-tanque foi disparado sobre soldados que patrulhavam ao norte da Faixa de Gaza. Os soldados responderam", confirmou um porta-voz do Exército israelense.
Quatro soldados ficaram feridos na explosão, dois deles em estado grave, informou o Exército, que indicou que a resposta teve como alvo "vários locais de Gaza".
A Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP, esquerda nacionalista) reivindicou o ataque contra a patrulha israelense, mas ainda não foi verificado a autenticidade do anúncio.
Além disso, cinco palestinos ficaram feridos pro tiros de artilharia disparados por israelenses a leste de Khan Yunes, no sul da Faixa de Gaza, segundo fontes médicas palestinas.
O porta-voz do Hamas, Fawzi Barhum, denunciou os ataques e alertou: "Consideramos muito perigosa esta espiral (de violência). Devemos detê-la imediatamente".
Um grupo radical, os Comitês de Resistência Popular (CRP), assegurou que "o inimigo sionista" pagará "um preço alto após este crime contra Gaza". A Jihad islâmica advertiu que "toda agressão contra o povo palestino" será seguida de "uma resposta da resistência".
As brigadas Al-Qods e os CRP admitiram ter disparado vários projéteis.
Risco de escalada.
Nesta noite, 25 morteiros foram disparados no sul de Israel sem causar feridos nem danos materiais, declarou um porta-voz do Exército. Ao menos dois desses projéteis, um deles interceptado pelo sistema antimíssil, eram Grad, indicou as fontes militares.
O posto de fronteira de Kerem Shalom, o único ponto de passagem de alimentos entre Israel e a Faixa de Gaza, foi fechado "para não colocar em risco os funcionários que trabalham lá", de acordo com a administração militar nos Territórios Palestinianos.
O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, disse que o Exército já tinha respondido "com firmeza", e que esperado "respostas adicionais, dentro dos próximos dias."
A tensão entre Israel e os grupos armados palestinos de Gaza aumentaram nos últimos dias. Na quinta-feira, um túnel explodiu na fronteira com Israel ferindo um soldado. No mesmo dia um adolescente palestino morreu por causa de disparos israelenses, segundo fontes palestinas.
A trégua precária entre grupos armados palestinos e Israel foi restaurada em 24 de outubro, depois de três dias de violência que mataram oito combatentes palestinos e fez três feridos graves do lado de Israel.
Israel ameaça regularmente com uma operação militar no enclave palestino, no modelo da "Operação Chumbo Fundido", em dezembro de 2008/janeiro de 2009, que matou mais de 1.400 palestinos, a maioria civis, e 13 israelenses, incluindo 10 soldados.